Falta pouco para 25 famílias em condição de vulnerabilidade receberem as chaves da casa própria em um conjunto habitacional novo na Vila C, em Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado. As unidades são fruto de uma parceria entre Governo do Paraná (Cohapar), Itaipu Binacional e a prefeitura (FozHabita).
A Companhia de Habitação do Paraná deu todo o suporte para que as moradias saíssem do papel e colaborou com os projetos. A Sanepar e a Copel participaram com a implantação de suas respectivas redes. O maior investimento foi da estatal de energia (R$ 1.581.547,59 em 21 unidades) e a autarquia municipal bancou as outras quatro.
São 23 unidades com 32 metros quadrados e duas com 49 metros quadrados, adequadas para receber pessoas com deficiência e idosos. Elas têm dois quartos, sala e cozinha, além de painéis solares integrados à rede de energia elétrica, de olho na sustentabilidade e na diminuição de custos diários com a conta de luz. As lajes são de concreto, facilitando a climatização em uma cidade com verões escaldantes. As casas contam com calçadas e pias nas cozinhas, além de tanques do lado de fora.
Elas estão dispostas em um terreno com 835,8 metros quadrados com um grande gramado no centro, ocupando um espaço onde antes havia um campo de futebol abandonado. O terreno foi cedido pela prefeitura em uma região com ruas asfaltadas (Andradina e Sapucaí), boa infraestrutura de comércio e serviços básicos e área verde preservada, às margens do lago da usina. Restam apenas as ligações de luz e água para efetivar essa transformação social. As casas serão entregues em janeiro.
“O Governo do Estado tem compromisso com a habitação porque esse é um programa social realmente transformador. Estamos construindo unidades para perfis específicos, como idosos e população de baixíssima renda, incentivando o desfavelamento e formando parcerias com a Itaipu Binacional, com a Caixa Econômica Federal e com a iniciativa privada para aumentar a quantidade de unidades habitacionais nos municípios”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
“É um investimento que ajuda a diminuir o déficit habitacional do Estado e que dá dignidade para famílias que vivem em uma área vulnerável”, completa Jorge Lange, diretor-presidente da Cohapar. “Demos todo o suporte para esse programa de Itaipu Binacional sair do papel e ajudamos com os projetos. É uma parceria que vai transformar a realidade de muitas famílias na região Oeste”.
CÓRREGO BRASÍLIA – Os novos moradores da Vila C vivem no chamado Córrego Brasília, às margens do Lago de Itaipu, em uma área mais rural de muitas nascentes e mata mais fechada. Todas as 21 famílias da comunidade receberão as chaves de casas novas, assim como uma que mora em uma área rural afastada, além de três casos emergenciais acompanhados pelo município.
“É uma área de mata, de banhado, muito perigosa. Passei uns quatro anos lá. Conheço as necessidades desses moradores. É sofrido porque não tinha como fazer um banheiro – furava um pouco e já vertia água. Quando chovia atrapalhava. Sofremos bastante, mas sobrevivemos”, afirma Nilson da Silva, 42, montador de eventos, cujo ramo foi duramente impactado pela pandemia. Ele é vizinho do novo condomínio da Vila C e em breve vai reencontrar antigos colegas.
“Quando chovia alagava, molhava a casa inteira. Depois que saímos, há quatro anos, ficou mais difícil, o pessoal conta. Verte o esgoto, tem que passar no meio das fezes, é muito transtorno”, completa Cláudia Aparecida Bernardo, 35, esposa de Nilson, dona de casa e de um mercadinho que vende refrigerante e salgadinhos. Eles viveram um tempo em Santa Catarina e voltaram para Foz do Iguaçu após ganharem a casa em que moram num programa de televisão.
As nascentes do Córrego Brasília estão localizadas em uma área de preservação permanente da região, na divisa entre os bairros Vila C Velha e Vila C Nova. A água que corre por ele deságua no Rio Bela Vista, que integra o complexo do Canal da Piracema. Além da possibilidade de ganho social, a Itaipu melhorará o cuidado ambiental dessa região, inclusive com o plantio de novas árvores para proteger a natureza.
Para auxiliar ainda mais essa mudança e a vida na Vila C, a Itaipu Binacional e a Prefeitura de Foz do Iguaçu investiram em obras de infraestrutura e coleta seletiva. Foram R$ 3,5 milhões em pavimentação e R$ 7,8 milhões para a reforma de oito barracões da separação de descartáveis recicláveis. “A vida no bairro é tranquila. Cresci aqui, conheço bastante gente, e tem a Itaipu de pano de fundo”, arremata Cláudia.
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