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Carta aberta: Por que não me querem no PSDB?

Carta aberta: Por que não me querem no PSDB?

por Edson Feltrin

Em 2003, ao lado de outros valorosos companheiros do PSDB, lançamos a candidatura de Beto Richa à prefeitura de Curitiba.

Na sequência fomos os primeiros a defender que Luciano Ducci, fosse seu candidato a vice. Beto e Luciano foram às ruas e, numa bela campanha, conquistaram a vitória, naquela que, foi, sem dúvida, uma eleição dificílima, contra Angelo Vanhoni, então candidato do PT, com apoio do presidente Lula.

Beto Richa prefeito, veio à composição de seu governo e, Beto dividiu o “butim” entre Luciano Ducci, Derosso e o grupo político de Jaime Lerner que, sem referência de seu líder maior, oportunísticamente aderiu a Beto Richa.

O grupo de primeira hora foi, de forma pusilânime, deixado de fora pelo prefeito que, ao tomar posse em 1° de janeiro de 2.005, já estava totalmente comprometido com a “burguesia” curitibana (extrema-direita) que, àquela altura não pensava em outra coisa senão, os grandes contratos milionários, que , através de suas empresas poderiam firmam com o Poder Público Municipal. Como de fato ocorreu. Mas, por negligência ou talvez por subestimar a capacidade de outrem, hoje, quase que diariamente escândalos de corrupção veem a tona, numa demonstração clara que, Beto Richa, faz demagogia com o povo, enquanto que, florescem na prefeitura de Curitiba, contratos milionários, muitas vezes, prorrogados, sem o devido processo licitatório, como observamos quase que diariamente na mídia. Sem contar, é claro, os aditivos que, por vezes, passam despercebidos.

Como é de conhecimento público tenho forte atuação no movimento social e, em razão disso, a contragosto dos poderosos de plantão, fui eleito secretário do Diretório Municipal do PSDB, fato que, me deu  visibilidade política, o que, por outro lado, começou a causar desconforto, tanto ao grupo de Luciano Ducci, como ao grupo de Derosso, que, começaram a se sentirem ameaçados em seus espaços políticos e, em seus mesquinhos interesses.

Luciano Ducci, até então, com sua política assistencialista, se dizia “patrão” do movimento social e, na sua “pequenez” e falta de preparo intelectual, não suportava o fato de, eu dirigir uma federação (FEMOTIBA-Federação de Associações de Moradores de Curitiba) que congrega mais de 500 entidades sociais filiadas em toda Curitiba. Derosso, por seu turno, sabia que, eu poderia ser um entrave em suas pretensões, pois meu posicionamento político sempre foi progressista, enquanto ele (extrema-direita), sempre defensor do grande capital, espoliador.

Nossas posições políticas conflitantes e, eles, detentores do poder municipal ,com beneplácito do prefeito Beto Richa, começaram a dar cabo, a um processo de total isolamento meu, dentro do PSDB e da prefeitura.

Militante político, desde a tenra idade (fui preso, processado e perseguido pelo regime militar), comecei a manifestar publicamente minhas posições políticas, o que, por sua vez, causou imenso mau estar. A “entourage” que comanda a prefeitura (Beto Richa, Luciano Ducci e Derosso), começou a me hostilizar. Por outro lado, começavam surgir denúncias contra a administração, muitas das quais, eu levei a público. E, mesmo ameaçado, perseguido, jamais recuei e, jamais me omitirei, pois continuarei com todas as forças, defendendo a probidade, a ética, a moral e, acima de tudo, defendendo os princípios e os preceitos legais contidos no Estatuto e no Programa do PSDB.  E, para tristeza deles, a Prefeitura e a Câmara Municipal são protagonistas de escândalos e mais escândalos que, quase que diariamente vem a público, através da mídia. Minha posição é político-ideológica e, o sistema dominado pela extrema-direita não consegue me suportar.

Continuarei na luta. Não abdicarei de nada que me impeça de buscar a verdade. E, saibam, estou feliz, pois os fatos até aqui tem me dado razão e, mais que isso, a opinião pública cansada de tantos desmandos, começa a se manifestar a favor de minhas teses.

Numa reunião montada com funcionários comissionados da prefeitura (a maioria), comandada por Derosso e Miqueli Caputo, me expulsaram do Partido, numa odiosa inversão de valores. Mas, saibam eles, jamais arredarei pé de meus princípios de minhas posições, jamais vou esmorecer, lutarei até o fim e, até as últimas conseqüências. Pois, a Constituição da República, a Lei dos partidos Políticos e o próprio Estatuto do PSDB me facultam esse direito. Entrarei com recurso ao Diretório Estadual, o que, me dá o direito de defesa em outra instância partidária, como também, me garante a prerrogativa de continuar filiado ao PSDB e, mais, continuar exercendo o honroso cargo de secretário do Diretório Municipal, para o qual fui eleito democraticamente em convenção do partido. Para desespero deles, é claro.

Para finalizar, manifesto com todo o destemor aos meus detratores que, não adianta me intimidar, pois, saibam vocês que, continuarei na luta: defendendo a Democracia interna do PSDB e continuarei intransigente na defesa da coisa pública, ou seja, combate feroz a corrupção, custe o que custar.

Curitiba, 3.5.2009

Edson Feltrin – advogado