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Cândido discute influências autobiográficas na ficção

Não há no mundo leitor que não tenha se perguntado o que há de autobiográfico em um livro de contos ou romance. O autor seria, sempre, o verdadeiro personagem da ficção? O jornalista e tradutor Christian Schwartz vai atrás dessas respostas na nona edição do Jornal Cândido, que dedica capa à influência das narrativas autobiográficas na ficção brasileira contemporânea.

“Afinal, qual é o autor, na história do romance moderno, que não recorreu à própria história de vida? Faz mais de século e meio que Flaubert, a respeito de sua imortal personagem, afirmou: ‘Madame Bovary sou eu’”, escreve Schwartz. O sucesso das biografias também é discutida em matéria que elenca os principais nomes do gênero no país.

Este volume do Cândido também traz entrevista especial com Ignácio de Loyola Brandão. Autor de livros célebres, como “Zero”, considerado um dos mais importantes romances da literatura brasileira no século 20, Ignácio acaba de lançar “Acordei em Woodstock”, narrativa sobre uma viagem que fez aos Estados Unidos há 12 anos.

Entre os inéditos, a edição traz dois poetas de diferentes gerações: o veterano Ruy Espinheira Filho, um dos grandes representantes da poesia lírica, e a jovem paulistana Mariana Ianelli. Na prosa, Cândido publica contos inéditos de Ruy Werneck de Capistrano e Sérgio Tavares. A capa é assinada pelo artista DW Ribatski, que é acompanhado, nas ilustrações, por alguns dos principais nomes do desenho brasileiro, como Samuel Casal, Arnaldo Branco, Léo Gibran, Diogo Salles e Renato Faccini.