A possibilidade de o PSDB lançar a candidatura de João Doria à Presidência em 2018 ganha terreno na cúpula do partido, inclusive na ala ligada ao senador Aécio Neves, outro nome posto para a disputa do ano que vem, segundo os jornalistas Paulo Gama e Catia Sebra, na Folhapress.
Dirigentes da sigla – entre eles, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso – trabalham com a hipótese de Doria como uma espécie de plano B para a corrida presidencial, caso sejam confirmados o conteúdo de depoimentos de ex-executivos da Odebrecht e seus impactos devastadores para o tucanato.
Segundo um amigo de FHC, o ex-presidente está “atento a Doria”, assim como aliados do senador mineiro. Tucanos ligados a Aécio já procuraram o prefeito para a pavimentação de pontes.
O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (BA), por exemplo, viajou a São Paulo no dia 17 de março para um almoço particular com o prefeito paulistano.
Interlocutores de Aécio sustentam que o mineiro não desistiu de sua candidatura ao Planalto, mas reconhece que suas chances hoje são mais remotas, principalmente se os desdobramentos da Operação Lava Jato persistirem até o ano que vem.
Um parlamentar tucano muito próximo do senador faz o seguinte raciocínio: caso o potencial explosivo dos depoimentos da Odebrecht se confirme, o partido precisará de uma “cara nova” na disputa. Nesse cenário, Doria fica em situação confortável.
Nas palavras de outro congressista aliado do senador mineiro, “crescem a cada dia” as chances de o PSDB lançar Doria candidato.
Um terceiro tucano, também com influência sobre Aécio, diz que a candidatura Doria é hoje vista pelo grupo como algo “factível” – daí a necessidade de tratá-lo como interlocutor privilegiado.
Ressaltando que é cedo, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirma que “Doria avançará mais”. Ele trata o prefeito paulistano como “a grande revelação da política brasileira”.
“A vitória e o estilo dele chamam a atenção. Colocam seu nome num patamar mais elevado dentro do partido e da sociedade”, sustenta.
Doria vem negando intenções de concorrer ao Planalto –costuma repetir que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, seu padrinho político, é seu candidato para 2018.
ALTERNATIVA – Resistente à ideia, até um mês atrás, o próprio Aécio tem dado sinais de simpatia à candidatura do prefeito caso a sua não se viabilize.
Nesta hipótese, não estaria descartada a composição de uma chapa puro-sangue, com o senador Antonio Anastasia (MG) na vice de Doria. Aécio surgiria, então, como fiador dessa aliança.
Ao grupo do mineiro interessa fortalecer o prefeito em uma disputa pela candidatura com Alckmin.
Dessa forma, o grupo evitaria um alijamento do poder caso o prefeito se torne mesmo o candidato do partido.
Também entre aliados do senador José Serra (SP) o nome de Doria desponta como favorito em um cenário em que as candidaturas dele e de Aécio fiquem inviabilizadas.
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