Rogério Recco
O Diário de Maringá
O campo brasileiro é um gigante em exportação e também a salvação da lavoura para a economia. Apesar dos embaraços, como a imensa deficiência do País em logística e infraestrutura, no ano passado, a receita com os embarques do agronegócio foi de US$ 101,5 bilhões, um montante que superou em 4% o alcançado em 2012, batendo um novo recorde. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).
Alheia à insuficiência de armazéns, às estradas precárias e aos portos sucateados, a expansão das vendas para o exterior se deu em volume, porque os preços médios de exportação, em dólar, recuaram 7,5% no período. Descontada a importação, o setor apresentou um superávit de US$ 83 bilhões. Mesmo assim, a balança comercial brasileira, no geral, foi superavitária em apenas US$ 2,5 bilhões, no ano.
“Este é um fato que demonstra a importância do campo para a economia do País”, afirma o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette.
De acordo com pesquisadores do Cepea, nos últimos 14 anos (de 2000 a 2013), o agronegócio brasileiro contribui para a geração de divisas para o País. No período, o volume exportado cresceu quase 230% e os preços externos, 101%.
O saldo comercial (receitas das exportações menos gastos com importações) mais que quintuplicou, com crescimento de 468%.
No acumulado desses últimos 14 anos, foram gerados, líquidos, mais de US$ 500 bilhões; US$ 83 bilhões só em 2013. Pesquisadores do Cepea indicam que esse resultado mostra a importância do agronegócio para a economia brasileira, porque, além de criar emprego e renda, o setor contribui fortemente para a estabilidade macroeconômica do País, por meio do faturamento, ajudando a amenizar o déficit comercial oriundo de outros setores produtivos.
Em 2013, a China se consolidou como a principal parceira comercial do agronegócio brasileiro, absorvendo 22,9% do total exportado pelo setor, em termos de faturamento. A Zona do Euro foi o segundo maior destino, com participação de 20,7% na receita gerada, porcentual ligeiramente inferior ao do ano anterior, de 21,6%.
Os Estados Unidos se mantiveram em terceiro lugar, com 7,1% do total exportado pelo Brasil. Além desses, outros importantes compradores foram Japão, Rússia, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Venezuela, Hong Kong e Irã
Para 2014, de acordo com pesquisadores do Cepea, a produção agropecuária brasileira deve manter o crescimento, assim como a demanda da China e Índia, embora a taxas menores.
A expectativa é que o real continue se desvalorizando, por causa da recuperação da economia norte-americana. Sendo assim, segundo eles, o cenário positivo para as exportações agrícolas brasileiras deve se manter neste ano.
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