Curitiba
Câmara vota hoje o aumento dos salários dos vereadores para 2009
Projeto também prevê o reajuste dos vencimentos do prefeito, do vice e dos secretários municipais. Chefe do Executivo passaria a receber o teto do poder público nacional
Caio Castro Lima
A Câmara Municipal de Curitiba vota hoje, em uma sessão extraordinária, um projeto de lei para aumentar os salários dos vereadores, do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários municipais. Se passar, o aumento passa a valer no ano que vem.
O valor a ser recebido pelo prefeito, caso o projeto seja aprovado, será de R$ 24,5 mil mensais – o equivalente teto do serviço público em todo o país, que é o vencimento de um ministro Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente, o salário do prefeito é de cerca de R$ 22 mil.
Já o salário mensal de um secretário do município terá um aumento de 43%, passando de R$ 7,1 mil para R$ 10,2 mil. O vice-prefeito passaria de R$ 9 mil para R$ 13,4 mil mensais, um aumento de 48%.
Para os 38 vereadores curitibanos, o reajuste será de 29%. Eles recebem R$ 7,1 mil por mês e passarão a ganhar R$ 9,2 mil. Haverá, porém, um aumento diferenciado para o presidente da Câmara Municipal. Hoje, ele ganha R$ 11 mil e, caso a proposta passe, os rendimentos do presidente da Casa passam a R$ 15,7 mil (aumento de 42%).
O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), diz que o aumento é constitucional e normal. “Em todo fim de legislatura há esse reajuste. O aumento deve ocorrer antes das eleições justamente para não parecer que se favoreceu um ou outro. A Câmara cumpre o que determina a Constituição. Estou seguindo o que sempre foi feito”, afirmou o vereador.
Ele ainda garante que o projeto, proposto pela Mesa Executiva da Câmara, da qual Derosso faz parte, pode não beneficiá-lo diretamente, em um primeiro momento. “Quem disse que eu serei reeleito (vereador). E que, se for, serei presidente da Casa? Quem disse que o prefeito será o Beto Richa? Não há bola de cristal.”
Derosso afirmou ainda que o seu salário é maior do que o dos demais vereadores pelo fato de ser o presidente. “Quando recebo alguns vereadores de outras cidades para um almoço, por exemplo, sou eu quem paga e não tenho ressarcimento nem cartão corporativo.”
De acordo com ele, a maioria dos veredores está disposta a bancar o reajuste. “O último aumento do salário dos vereadores foi em janeiro de 2005. Faz quatro anos que o nosso salário está estático.”
Derosso conta ainda que Beto Richa pediu para que o salário dele não fosse aumentado. Mas, segundo ele, se os vencimentos do prefeito não forem reajustado, os salários de outros servidores não poderiam aumentar, porque a remuneração base do serviço público é o recebido pelo chefe do Executivo. O líder da prefeitura na Casa, Mário Celso Cunha (PSB), confirmou a versão do colega e disse que o prefeito pode devolver a parte do que receber a mais, se quiser.
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