Câmara quer cassar prefeito de Foz do Iguaçu
Roger Pereira
A Câmara Municipal de Foz do Iguaçu instaurou, ontem, uma Comissão Processante para avaliar denúncia de falta de decoro no cargo contra o prefeito Paulo Mac Donald Ghisi (PDT).
Formulado por três cidadãos, entre eles o servidor público e ex-secretário municipal Antidrogas, José Elias Aiex Neto, o pedido de cassação do prefeito tem como base um suposto assédio moral promovido pelo prefeito contra o servidor lotado na Secretaria da Fazenda José Borges Bonfim Filho.
A abertura da comissão foi aprovada por oito votos a cinco e a Câmara já sorteou os vereadores que terão 90 dias para dar o parecer sobre a denúncia.
Formam a comissão os vereadores Hermógenes de Oliveira (PMDB), Neuso Rafain (PTB) e Professor Sérgio Paulo de Oliveira (PMDB).
A denúncia contra o prefeito é fruto de filmagens de um sistema interno de monitoramento, que mostram o prefeito aparece questionando José Borges sobre a autoria de um relatório financeiro que, segundo a Prefeitura, teria dados incorretos. As imagens são de 2006.
O prefeito Paulo Mac Donald disse que está sendo vítima de uma tentativa de golpe político, dizendo que seus adversários nas eleições de outubro estão por trás deste processo. Ele lembrou que as fitas foram extraviadas da Prefeitura que registrou boletim de ocorrência. Para o prefeito, a íntegra da gravação comprova que não houve assédio moral.
Segundo o prefeito, o material subtraído da prefeitura foi usado na Câmara pela oposição, através do vereador Djalma Pastorello, presidente do PSDB, partido que no fim de semana lançou o deputado Reni Pereira, do PSB, como pré-candidato a prefeito.
A exibição das fitas na Câmara resultou no pedido de abertura da comissão protocolado pelo também pré-candidato a prefeito, o médico José Elias Aiex Neto. Na votação, votaram contra ele os vereadores ligados ao ex-prefeito e também pré-candidato Sâmis da Silva (PMDB) e ao deputado Reni Pereira.
“É uma clara tentativa de golpe político. É que esses oito vereadores estão ligados aos dois candidatos ou pretensos candidatos. É o ex-prefeito Sâmis da Silva e o outro candidato Reni Pereira. Estão tentando ganhar a eleição de uma maneira espúria e suja, com esse tipo de ação. Mas eu acho que isso não prospera”, declarou o prefeito, lembrando que a gravação ocorreu em 2006. “Mais uma manipulação. É buscar uma coisa de mais de dois anos atrás e trazer para agora”, disse ele.
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