A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) o regime de urgência para o Projeto de Lei 984/19, do deputado Vermelho (PSD-PR), que cria a categoria de Unidade de Conservação denominada Estrada-Parque e institui a Estrada-Parque Caminho do Colono no Parque Nacional do Iguaçu.
“Somos responsáveis e estamos no ano de 2021. Se não tivermos competência e capacidade de construir uma estrada ecologicamente correta, podemos devolver o Brasil aos índios. Este parque existe, mas antes dele existiu a estrada em 1920. O parque foi criado em 1939”, argumentou Vermelho. Ele observou que outras estradas passam por parques ecológicos, como a Rodovia Imigrantes em São Paulo.
O deputado Luizão Goulart (Republicanos-PR) lembrou que a estrada não é nova e já “ligava” dois municípios, separados por 17,6 quilômetros. “Por uma deficiência na legislação, ela foi fechada judicialmente. Hoje, os moradores de Serranópolis e Capanema têm que dar uma volta de 180 quilômetros”, lamentou.
Luizão Goulart observou que em todo o Brasil há estradas-parques bem conservadas e com manejo. “É possível sim manter a preservação do meio ambiente e uma estrada no local.”
Aberração
O deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP) considera uma “aberração” reabrir a estrada dentro de um parque que é considerado uma das sete maravilhas do mundo. “Estamos falando do segundo parque mais visitado do Brasil. São 2 milhões de turistas por ano e é um dos principais destinos de turistas estrangeiros no Brasil”, afirmou. Segundo Agostinho, a estrada só serviu para atropelamento de animais e para facilitar a atuação de caçadores e contrabandistas de madeira.
O líder do PDT, Wolney Queiroz (PE), lamentou a aprovação da urgência durante a Semana do Meio Ambiente. “Esta estrada representa uma ameaça à integridade do Parque Nacional do Iguaçu”, disse.
Nesta semana, ambientalistas processaram contra a possibilidade de reabertura da estrada, com empunhando faixas nas Cataratas do Iguaçu.
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