O Hospital Regional de Francisco Beltrão, no Sudoeste do Paraná, foi instalado pelo Governo do Estado para atender casos de alta complexidade. “Por que isto? Porque o doente do Sudoeste viajava para Curitiba, constantemente”.
A declaração é o deputado Caíto Quintana, líder do PMDB na Assembleia, ao rebater os questionamentos de membros da CPI dos Leitos do SUS (Sistema Único de Saúde), de que estariam sobrando leitos na unidade de saúde.
De acordo com Caíto Quintana, é necessário valorizar o atendimento nos hospitais regionais, impedindo que a prática de deslocamento de pacientes volte a acontecer no Paraná. “O Hospital Regional do Sudoeste é um hospital genuinamente público. Atende do porteiro ao médico, mas estritamente público. Ninguém paga nada!”, disse o líder do PMDB na tribuna da Assembleia.
Segundo o deputado, o estabelecimento de saúde não utiliza nenhuma AIG (espécie de seguro hospitalar) da rede particular. “Todos os hospitais da região que atendem SUS, não tiveram diminuição de uma AIG de nenhum deles”, frisou.
SEM DESLOCAMENTO – Caíto Quintana lembrou que os hospitais regionais provocaram outra situação. “Na região em cada município tinha dois hospitais. Muitas vezes esse doente extrapolava a capacidade do posto em atender e o que fazia? Vinha para Curitiba. Hoje o Hospital Regional atende essa alta complexidade. Público, volto a dizer!”.
O líder do PMDB destacou que é necessário ter cautela nas avaliações da CPI. “Os hospitais regionais foram feitos para atender o paciente da região. Foram mais de 40 hospitais que o Governo do passado fez, entre novos, reformados e ampliados para poder dar um atendimento maior para a saúde”.
Caíto defendeu ainda que os leitos do hospital de Francisco Beltrão, são para atender o Sudoeste. “Daqui a pouco, se ficar numa central de leitos, vão levar pacientes de Londrina e daí fugiu o objetivo do hospital regional. Não devemos recriminar o fato de ter uma, duas vagas disponíveis, porque o que temos que fazer é aumentar as vagas de leito nas regiões que estão prejudicadas”, orientou.
FALTAM MÉDICOS – O deputado informou que a capacidade de atendimento do hospital do Sudoeste só não é maior, porque ainda não houve a contratação de profissionais para atender. “O hospital de Francisco Beltrão estava pronto, inaugurado e deve ter ficado uns quatro, cinco meses sem utilização das 30 UTI’s que tem naquele hospital, porque não tinha um médico intensivista. E é obrigação ter este tipo de especialista para poder responder por uma UTI”.
Caíto Quintana avaliou como positivo a intenção do governador Beto Richa (PSDB) em dar prosseguimento às ações iniciadas no governo Roberto Requião (PMDB), na área da saúde. “Tanto que o concurso público foi feito no Governo anterior para os funcionários daquele hospital, e foram chamados pelo governador atual”.
“Essas questões têm que ter cuidado quando se fala, porque é claro que se amanhã for falar do Hospital de Londrina, do Hospital de Ponta Grossa, do Hospital de Cascavel, vai mexer com questões regionais e aí nessa questão, independente dos nossos partidos políticos, das nossas posições aqui na Casa, temos que defender a saúde da nossa região porque, até pouco tempo, a nossa região não tinha nada de atendimento”.
CAPACIDADE AMPLIADA – Nos 42 municípios do Sudoeste, segundo Caíto Quintana, haviam menos leitos de UTI do que existem hoje no Hospital de Francisco Beltrão. “Então, este é um avanço. Tenho certeza absoluta que o governador Beto Richa continuará dando apoio para o fortalecimento da questão de saúde pública, que é uma necessidade do cidadão”.
O líder do PMDB também questionou as críticas de deputados da CPI, com relação às filas nos hospitais. “Quando se fala em fila tem que ter muito cuidado, porque a fila quando é pela ausência do atendimento é uma coisa, a fila quando existe pela prerrogativa de chegada das pessoas vai existir sempre, até para receber o contracheque da firma, e isso é porque um chegou na frente do outro”.
RECURSOS – O deputado Fernando Scanavaca, líder do PDT, disse em aparte também ser favorável a implantação dos hospitais regionais. “Foi uma pena que, quando da implantação, não se brigou para que viessem mais recursos do Governo Federal para o Paraná”.
“Hoje, o que realmente está faltando, e quero até fazer um alerta à CPI do SUS, que realmente comece a ver em cada regional do Estado quanto é que está vindo do Governo Federal, e quanto que o Governo do Estado está investindo nessas regiões”, orientou Scanavaca.
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