O deputado Caíto Quintana, líder do PMDB na Assembleia Legislativa, defendeu na sessão desta quarta-feira (10), a proibição da divulgação de pesquisas de intenção de voto durante as campanhas eleitorais. Segundo Caíto, muitos eleitores estão usando o resultado dos levantamentos, alguns sob suspeita de manipulação, para definir em quem irão votar.
“É interessante discutirmos aqui se a pesquisa acertou ou errou. Só que, para nós, no Brasil, o que deveria ser uma consulta interna dos grupos políticos, passou a ser uma definição para o voto do eleitor”, disparou Caíto na Tribuna da Assembleia. “Que confiança se pode ter no resultado de uma eleição se o eleitor define o seu voto porque a pesquisa disse que fulano ou beltrano está na frente?”, indagou.
A manifestação de Caíto foi motivada pelo grande volume de reclamações sobre as projeções dos institutos de pesquisa acerca do último pleito, no domingo (7). Muitos deputados teceram severas críticas por que os resultados das pesquisas, em diversos casos, foram totalmente contrários aos apresentados pelas urnas.
Fracasso da democracia
“Isso (definir o voto com base em pesquisa) seria o fracasso absoluto da democracia!”, alertou Caíto. “O que precisa se fazer no eleitor do nosso país, pela melhoria das condições da política nacional, é que o eleitor não se guie por pesquisas, a pesquisa teria que ser algo interno do partido e não definidor de voto de eleitor”.
O deputado alertou ainda que o voto não pode ser barganhado, como é noticiado pela imprensa com muita frequência perto das eleições. “Quantas vezes se definiu isso? Quantos dos senhores ouviram pelo interior, de pessoas, através de benefícios, sejam pecuniários ou outros, definir a sua posição eleitoral?”, indagou Caíto.
E completou: “Quer dizer, enquanto não tivermos essa modificação, que não se fale muito da qualidade dos políticos que o país tem, porque duvido que um candidato saia, por vontade própria, perguntando para as pessoas se querem um dinheiro, um recurso e tal para votar nele”.
Pressão eleitoral
Para Caíto, os políticos, em períodos eleitorais, são colocados “na parede”. “Ou você dá (o benefício) ou você perde o voto, quer dizer, estou falando isso de uma fatia do eleitorado. Seguramente, não estou falando de todo eleitorado, mas tem que mudar”, disse.
“Se nós achamos que a política está errada, se nós achamos que o político está errado, ora, quem pode mudar essa relação de comprometimento do político?”, perguntou Caíto. “Somente o eleitor. Ele é o para-choque por que, em última análise, é ele que define quem é eleito”, frisou.
Mandato é pelo voto
O líder do PMDB concluiu o pronunciamento destacando que nenhum político – vereador, prefeito, deputado, senador ou presidente, chega ao cargo por sorteio ou concurso público. “Foi sorteado o fulano de tal para ser deputado. Não existe! Não existe também por concurso público, porque passou em primeiro lugar. Também não existe”.
“O político está no exercício do mandato pelo voto do eleitor. Este eleitor precisa ter a consciência da escolha das pessoas para representá-lo”, disse. “Se não tiver essa consciência, infelizmente, a política, a cada dia, vai se transformar mais num balcão de negócios onde quem mais dá é o que mais recebe”, encerrou.
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