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Cafajestada adicional

Fábio Campana

Neste episódio deplorável do “vazamento” do processo da Operação Quadro Negro, antes mesmo de sua homologação pelo Supremo Tribunal Federal, destaca-se uma cafajestada adicional que procurou atingir a vice governadora Cida Borghetti, e seu marido, o ministro da Saúde Ricardo Barros. A demonstrar o claro interesse político, adicionou-se um elemento que nada tem a ver com a Operação Quadro Negro que investiga fatos de 2014.

Para enxovalhar também a imagem da vice e do ministro penduraram uma denúncia extemporânea, de troca de cargo por uma propina que teria sido paga ao irmão da Cida Borghetti, Juliano Borghetti, em 2015. Tão estapafúrdia que carece de credibilidade. Por três meses, Juliano Borghetti trabalhou na empresa Valor do empreiteiro criminoso Eduardo Lopes de Souza, que não teve dúvidas e tomou esse fato como prova de sua acusação, cumprindo assim o desejo de quem quer que seja de envolver o ministro e a vice no imbróglio.

Cida Borghetti é candidata ao governo no ano que vem. Terá a força de quem procura a reeleição, pois deverá estar no cargo nessa época. Essa condição certamente deve ajudar a refletir sobre qual o interesse de incluir essa ficção na delação premiada do crápula empreiteiro. Cida Borghetti e Ricardo Barros contestaram com firmeza a acusação. Mas todos sabem que esse tipo de manobra, que tem laivos de sordidez, gera prejuízos insanáveis. Eles já constituíram advogados para tratar do caso, inclusive da ação que devem mover contra os “divulgadores” a serviço de obscuros interesses.