CADÊ O AUTÓDROMO?
A campanha eleitoral começou e novamente seremos inundados com promessas, promessas e promessas. Dentre o festival de promessas – na maioria das vezes não cumpridas – temos a da construção do Autódromo Internacional de Foz do Iguaçu, um empreendimento que colocaria definitivamente nossa cidade no circuito mundial dos grandes eventos esportivos e que viria gerar divisas para toda a nossa comunidade.Não tenho dúvidas, de que o próximo administrador de Foz entrará para história de nossa cidade , não como um simples prefeito, mas como um empreendedor nato. Para que os nossos candidatos tenham como referência e quem sabe coloquem em seus planos de governo, deixo com vocês algumas considerações sobre os autódromos de São Paulo, Curitiba e Cascavel.
INTERLAGOS I
Apenas como referência, segundo o presidente da SP Turis, Caio Luis de Carvalho, para cada real investido pela prefeitura de São Paulo no GP Brasil de Fórmula 1, o município recebe 3,20 reais, incluindo todos os investimentos. No GP do Brasil deste ano, o município investirá R$ 30 milhões. Segundo o prefeito DELES (que inveja), “ O GP Brasil é o maior evento da cidade de São Paulo. Os hotéis ficam praticamente com sua lotação máxima e a cidade ganha em receita e empregos diretos e indiretos. É por isso que todos os países querem contar com um GP”, afirma Kassab. Segundo a FIPE, a corrida é considerada o maior evento do país e lucro é superior, inclusive, ao do Carnaval do Rio de Janeiro.
INTERLAGOS II
É óbvio, que a construção de um autódromo em Foz do Iguaçu dificilmente garantiria a vinda de uma prova de Fórmula 1 para nossa cidade,mas, a média de retorno de 3,2 reais por prova não é um privilégio apenas da Fórmula 1. Vejamos os exemplos de categorias que muito bem poderiam optar por realizarem etapas em nossa cidade, como a Fórmula Truck e a Stock Car, que reúne público superior a 50 mil pessoas por prova, ou a WTTC Brasil e Mundial, que movimentam a capital paranaense.
CURITIBA
O Autódromo Internacional de Curitiba, por exemplo, tem para este ano, trinta eventos agendados, na menos que uma média de quase três grandes eventos por mês. Dentre eles, uma etapa do mundial de WTCC, da Fórmula Truck, da GT3 brasileira, duas da Stock Car, Paranaense de Arrancada e Show Cars.
CASCAVEL
Cascavel, que tem um autódromo desde 1973, viu seu nome ser conhecido mundialmente graças às competições de alto nível que vem sediando. Além do campeonato paranaense de Motovelocidade e de Marcas & Pilotos, a pista cascavelense já sediou provas de Stock Car e Fórmula Truck.
VOCÊ SABIA
… que nos dias do GP Brasil o autódromo de Interlagos equivale a uma pequena cidade, de cerca de 20 mil habitantes? Só de energia elétrica são produzidos 15 megawatts por geradores e transformadores.
… que só na arquibancada “G” são consumidas mais de 7 toneladas de carne durante o evento? Ao todo, são ingeridos mais de 420 mil latas e garrafas de refrigerante e água e cerca de 100 mil lanches.
… que só no dia da corrida trabalham no autódromo de Interlagos mais de 7 mil pessoas, em áreas como organização desportiva, segurança e limpeza? Somando empregos indiretos, são quase 10 mil vagas temporárias abertas em função do GP Brasil.
… que, apenas em 2006, 7 mil pessoas carentes foram atendidas pela campanha de Redistribuição de Excedentes do GP Brasil? Desde o início do projeto em 1998, realizado pela ONG ABRE, 27 mil já foram beneficiados.
…que cerca de 80% das pessoas que trabalham na Organização do GP Brasil, que tem o público majoritariamente masculino, são mulheres? (Fonte:CBA)
MOBILIZAÇÃO É A PALAVRA
Por tudo isso, cadê nosso autódromo? Cascavel está pelo menos 25 anos a nossa frente, não podemos esperar mais 25 anos para que a “ficha” finalmente caia. O momento é de mobilização para todos àqueles que amam nossa cidade e compreendem a importância de um projeto como o Autódromo para a comunidade como um todo. Independente de bandeiras político-partidárias devemos buscar o comprometimento de todos os candidatos com esse projeto que mudará sensivelmente a realidade econômica iguaçuense. Ou será que deveremos viver eternamente dependentes da “indústria do muamberismo” ? Nossa maior indústria e maior vocação é o turismo e dentro do turismo, os eventos esportivos são de longe os mais rentáveis.
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