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BRT curitibano na lista dos 50 projetos mais influentes do mundo

O pioneiro sistema de ônibus expressos de Curitiba que deu origem ao BRT (Bus Rapid Transit – Transporte Rápido por Ônibus) está entre os 50 projetos mais influentes do mundo nos últimos 50 anos, segundo ranking elaborado pelo Project Management Institute PMI – Instituto de Gerenciamento de Projetos. O PMI é a maior associação sem fins lucrativos do mundo para profissionais de gerenciamento de projetos, com mais de meio milhão de associados e de Profissionais Certificados em 185 países.

Parte integrante de lista de projetos notáveis, entre eles a Rede Mundial de Computadores, o Projeto Genoma Humano, a conquista do espaço pela Apollo 11 e o avião Boing 747, entre outros, o BRT curitibano é destacado “por desencadear uma revolução no transporte em cidades ao redor do mundo”.

“Nosso BRT é um projeto de Curitiba para o mundo. Uma referência que segue no caminho da inovação com vistas à eletromobilidade e integração intermodal”, destaca o prefeito Rafael Greca.

O ranking dos projetos notáveis foi montado a partir de uma seleção entre mais de mil projetos de alto impacto identificados por 400 profissionais de liderança em gerenciamento de projetos e representantes da academia.

A escolha de 50 projetos fez referência ao aniversário de 50 anos do Project Management Institute, celebrado em 2019. Estabelecido em 1969 com sede na Filadélfia, Pensilvânia (EUA), o PMI tem atuação global de liderança no desenvolvimento de padrões para a prática da profissão de Gerenciamento de Projetos.

Exclusivo e inédito

Curitiba foi pioneira no Brasil, e uma das primeiras cidades do mundo a ter uma pista exclusiva ao transporte público. O eixo Norte-Sul inaugurou o funcionamento dos ônibus expresso em Curitiba em 22 de setembro de 1974. Foram colocados em operação 20 ônibus, sendo oito para a linha Santa Cândida/Rui Barbosa e outros 12 veículos na linha Capão Raso/Passeio Público.

O Plano Diretor de 1966 promoveu a alteração da proposta de crescimento da cidade da forma concêntrica radial (em formato de caracol, definida no Plano Agache) para um modelo linear de expansão e desenvolvimento urbano.

Mas foi da cabeça do arquiteto Rafael Dely, então presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), que saiu o desenho do sistema trinário de vias que têm ao centro o eixo exclusivo para os ônibus (hoje biarticulados), ladeado de pistas lentas em sentidos opostos para o tráfego local. E em paralelo a esse conjunto as vias rápidas também em sentidos opostos que ligam o Centro ao bairro e vice-versa.

“No Plano Diretor estavam previstos os eixos. Mas a ideia de não apenas alargar a rua para caber todos (carros e ônibus) dividindo as pistas num mesmo eixo, veio de uma sacada do Rafael (Dely)”, diz o arquiteto Carlos Ceneviva, um dos coordenadores da equipe que implantou os eixos estruturais, ex-presidente da Urbs e Ippuc.

Isso foi feito, segundo Ceneviva, para integrar o tráfego local e o comércio num eixo animado com pistas exclusivas para o transporte com vias locais de tráfego lento nas laterais.