O corpo do brasileiro Valmir de Campos, de 48 anos, foi encontrado na última segunda-feira, 19, pela Força Tarefa Conjunta, grupo de elite das Forças Armadas do Paraguai após ele ter sido vítima de um sequestro por guerrilheiros do Exército do Povo Paraguaio (EPP). As informações são da EFE.
A vítima trabalhava com a extração de madeira em uma fazenda em Santa Rosa del Araguay com mais quatro pessoas, quando foi abordada por cinco criminosos que usavam uniforme do EPP e estavam fortemente armados.
Após incendiar parte do maquinário da propriedade, o grupo liberou os outros trabalhadores, mas seguiu com Campos, que acabou assassinado a tiros. Ele era sobrinho do prefeito de Coronel Sapucaia (MS), Rudi Paetzold (MDB).
A localidade é uma das maiores áreas de influência do Exército do Povo Paraguaio, que utiliza os sequestros como meio principal de angariar recursos financeiros desde sua fundação em 2008.
‘Robin Hood’
O EPP foi formalmente formado em 2008, mas o movimento rebelde por trás da guerrilha marca presença no norte do Paraguai por quase 20 anos.
Habilidosos com explosivos e equipados com armas automáticas, os rebeldes do EPP são regularmente ligados a grupos armados estrangeiros, como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Sua ideologia é uma mistura das doutrinas marxista, leninista e guevarista, com uma característica local muito particular: o grupo reverencia o ditador que controlou o país após sua independência, José Gaspar Rodríguez de Francia. O político selou as fronteiras do Paraguai ao comércio exterior para impulsionar o desenvolvimento interno e executou e encarcerou centenas de seus oponentes.
Reportagem publicada por Veja em 2015 mostrava que o EPP se financiava por meio da cobrança das chamadas “taxas revolucionárias” de donos de propriedades agrícolas locais, segundo relato de um fazendeiro da cidade de Horqueta – um dos locais de mais força do grupo – ao jornal britânico The Guardian.
“Eles afirmam ser como Robin Hood, roubando dos ricos para dar aos pobres, mas nós somos pessoas que trabalham duro também”, contou o homem que pediu para ser mantido em anonimato após ter sido advertido pelas guerrilhas para não falar com a imprensa.
link matéria
https://veja.abril.com.br/mundo/brasileiro-e-morto-apos-ser-sequestrado-por-guerrilheiros-no-paraguai/
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