A uma semana da visita oficial ao País do presidente paraguaio, Fernando Lugo, o governo brasileiro prepara um pacote de ajuda para tentar demover o vizinho da ideia de mexer no Tratado de Itaipu. Pela principal medida em estudo, o Brasil ajudaria a reforçar o caixa do governo paraguaio, antecipando a compra da energia excedente da usina hidrelétrica. Essa proposta, na visão de setores do Planalto, pode evitar o aprofundamento da crise política paraguaia.
A oferta não contempla a demanda do Paraguai de reajuste de preço e de mudança no Tratado de Itaipu, mas tem como vantagem imediata a geração de receita suficiente para o governo paraguaio aplicar em programas sociais que possam, em curto prazo, contornar a atual debilidade política da gestão de Lugo.
O pacote de ajuda será apresentado a Lugo durante sua visita de Estado, no dia 7 de maio. Uma outra proposta está em estudo e vai ser discutida em uma reunião técnica no próximo dia 5, em Brasília: fazer uma elevação substancial no pagamento adicional pela energia cedida pelo Paraguai. Em janeiro passado, o Brasil propôs a duplicação do valor – dos atuais US$ 105 milhões para US$ 215 milhões ao ano. Na ocasião, o Paraguai desconsiderou a oferta.
Além desses recursos emergenciais, o governo brasileiro insistirá em sua oferta de janeiro, orientada para projetos de infraestrutura e de desenvolvimento econômico do país vizinho. Esse pacote envolve a criação de um fundo binacional para alavancar programas no Paraguai e a abertura de uma linha de US$ 1 bilhão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar obras, entre as quais a construção das pontes entre Porto Murtinho (MS) e Canelo Peralta e entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco. Também consta do pacote a linha de transmissão da energia de Itaipu a Assunção, obra de cerca de US$ 450 milhões, e mais 13 projetos de cooperação brasileira no país vizinho.
De Christiane Samarco e Denise Chrispim Marin no Estado de S. Paulo. Leia aqui a íntegra da reportagem.
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