O Brasil e o Paraguai vão iniciar as tratativas em relação a reabertura da Ponte da Amizade, na fronteira entre os dois países. Sobre essa questão, o prefeito de Foz do Iguaçu, Chico Brasileiro (PSD), adiantou neste sábado, 1º de agosto, que participa de uma videoconferência nos próximos dias – ainda em data a ser definida – com os governadores Ratinho Junior (Paraná) e Roberto Gonzáles (Alto Paraná) e o prefeito de Ciudad del Este, Miguel Pietro.
A reunião foi articulada por Chico Brasileiro junto com o chefe da Casa Civil do governo do Paraná, Guto Silva. “Vamos iniciar as tratativas e nos colocar à disposição com o apoio que podemos oferecer nessa retomada. Queremos passar a segurança aos paraguaios. Vamos dar o apoio para abrir (a ponte) no momento certo, para reativar a economia da região, inclusive, se for preciso, na área da saúde”, disse o prefeito na Rádio Cultura.
O governo paraguaio, segundo Chico Brasileiro, tem preocupação com a transmissão desenfreada do coronavírus no país vizinho através da fronteira brasileira. “Queremos uma retomada responsável e ajudar o Paraguai se precisarem, na área da saúde, entre outras medidas, tanto a prefeitura de Foz do Iguaçu, quanto o governo do Paraná. Estamos à disposição nesse diálogo e para buscarmos uma solução em conjunto”.
Prejuízos – Ciente da debilidade do sistema de saúde local, o Paraguai fechou a Ponte da Amizade em 18 de março. Somente caminhões de cargas estão liberados na travessia. O fechamento causou grandes prejuízos ao comércio e ao turismo dos dois países.
No lado paraguaio, a associação comercial aponta em perdas mensais de US$ 500 milhões nas vendas em pelo menos cinco mil lojas. Há 75 mil desempregados em Ciudad del Este, Presidente Franco, Minga Guazú e Hernandarias. Desses, 55 mil trabalham no comércio fronteiriço e dois mil são brasileiros. As quatro cidades têm uma população de 500 mil pessoas.
Outro recente estudo aponta que 24,8 mil brasileiros dependem do comércio de Ciudad del Este. São auxiliares (laranjas), mototaxistas, transportadores (van e táxis), trabalhadores do comércio, oficinas, postos, hotéis e restaurantes, e ambulantes.
O turismo de Foz do Iguaçu se move também pelo comprismo na capital do Departamento de Alto Paraná. Dos dois milhões de turistas que visitaram a cidade brasileira em 2019, uma grande parte compra algum produto em Ciudad del Este.
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