Reuters
A OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano para 1,8%, segundo relatório de perspectiva econômica divulgado nesta terça-feira (6), ante estimativa de 2,2% em novembro.
Para a OCDE, o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil crescerá 2,2% em 2015, também abaixo da previsão em novembro, que era de 2,5%
De acordo com a organização, as economias avançadas vão ter cada vez mais que conduzir a recuperação uma vez que os países em desenvolvimento que cresciam de forma rápida anteriormente perdem fôlego.
A economia mundial deve crescer 3,4% neste ano e acelerar para 3,9% no próximo, estimou a organização com base em Paris.
A OCDE reduziu sua estimativa para 2014 em comparação aos 3,6% da última vez em que avaliou o crescimento global, em novembro.
“Ainda não saímos da fase crítica, porque o que estamos vendo são números melhores, mas os riscos ainda existem”, disse à Reuters Insider o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria.
“Crescimento baixo ainda existe, números muito altos de desemprego ainda existem.”
Além disso, economias emergentes como China e Rússia estão se tornando um peso sobre a economia global, embora não devam arruinar a recuperação que comandavam até recentemente, disse Gurria.
A OCDE estima que a economia dos Estados Unidos, a maior do mundo, crescerá 2,6% neste ano, ante perspectiva de avanço de 2,9% divulgada em novembro, depois que o clima desfavorável provocou danos no início do ano.
Já a expectativa para a zona do euro é de expansão de 1,2% em 2014, melhor do que a perspectiva de crescimento de 1% da OCDE em novembro.
CENÁRIO MISTO
O cenário melhor coloca a zona do euro ao lado do Japão, cuja expectativa também é de crescimento de 1,2% neste ano. Mas essa perspectiva foi reduzida ante 1,5% anteriormente, após um aumento de imposto.
Fora dos 34 países da OCDE, a economia da China deve crescer 7,4% neste ano, ante projeção anterior de 8,2%, uma vez que o boom de construção esfria e as condições de empréstimo se apertam.
Entre os mercados emergentes mais fracos, a projeção para a economia da Rússia é de expansão de apenas 0,5%. O país terá que lidar com a queda rápida da confiança e a volatilidade do mercado financeiro causada por seu impasse com o Ocidente devido à Ucrânia.
RECOMENDAÇÕES A BANCOS CENTRAIS
A OCDE pediu ao BCE (Banco Central Europeu) que adote medidas agora para conter a ameaça de deflação, o que afeta a confiança do consumidor e das empresas.
A organização pediu que a instituição corte sua principal taxa de juros para zero pelo menos até o fim de 2015 e recomendou que também leve sua taxa de depósito para território negativo.
E com a recuperação dos Estados Unidos mais forte, a OCDE recomendou que o Federal Reserve, banco central norte-americano, encerre suas compras de ativos neste ano e comece a elevar os juros no próximo.
OUTRAS PREVISÕES
A última previsão do Focus, boletim do Banco Central brasileiro feito com economistas de instituições financeiras, mostra projeção de crescimento do PIB de 1,63% neste ano.
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o crescimento da economia brasileira pode ficar em um intervalo ligeiramente entre 2,3% e 2,5%.
“Uma previsão não é precisa, é algo entre 2,3% e 2,5%. A gente vai revendo esse número à medida que vamos tendo resultados concretos”, disse.
O FMI (Fundo Monetário Internacional), por sua vez, reduziu em abril sua estimativa para 1,8%, na terceira queda consecutiva.
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