A sequência de maus tratos e omissão revelados nas investigações do caso Henry Borel, 4 anos, despertou na sociedade a gravidade e a recorrência da violência intrafamiliar grave. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontam que na última década, mais de 100 mil crianças e adolescentes morreram vítimas de agressões – e cerca de 2 mil delas tinham menos de 4 anos de idade.
Os dados da SBP ainda revelam que na faixa etária de 0 a 9 anos, 83% dos casos a agressão é intrafamiliar, e os algozes são pais e mães. O cenário piora, porque em mais de 60% dos casos, é na residência que a criança morre.
A dificuldade das vítimas em pedir socorro, justifica a preocupação do vereador Osias Moraes (REP), que busca informações sobre programas desenvolvidos pela Prefeitura de Curitiba, no combate à violência. “Sabemos que a escola ajuda nas notificações de violência, assim como as consultas nos postos de saúde, porém com o isolamento social , muitas crianças ficaram presas nas mãos dos agressores”, alerta o vereador.
No documento enviado ao Executivo, o parlamentar solicita informações sobre os planos e ações realizadas na capital. “Quantas crianças estão à beira da morte, reféns da violência? Geralmente esse tipo de comportamento costuma se repetir com frequência, caracterizando violência progressiva“, ressalta Osias.
Apesar dos números assustadores, muitos dados são subnotificados, nos quais a criança já chega morta ao hospital. Para cada caso de óbito registrado dessa forma, especialistas estimam haver outros 20 subnotificados.
Os dados foram compilados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) a partir de registros do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), vinculado ao Ministério da Saúde.
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