Após dois meses de suspense, o HSBC, principal banco europeu, anunciou nesta segunda-feira a venda de sua filial no Brasil ao Bradesco por US$ 5,2 bilhões. Afetado por escândalos e resultados financeiros ruins, o HSBC anunciou em junho a demissão de 50 mil funcionários em um plano de reestruturação global que inclui a venda de suas atividades no Brasil e na Turquia. As informações das agências de notícias.
Com a compra do HSBC, o Bradesco se aproxima do principal concorrente no Brasil, o Itaú, que liderava o mercado no país com folga após a fusão com o Unibanco, em 2008. Agora, o Bradesco deve chegar a R$ 1,193 trilhão em ativos — no final de março, o Itaú tinha R$ 1,295 trilhão.
A venda ao Bradesco de sua filial “constitui uma etapa importante na execução das medidas anunciadas aos acionistas em 9 de junho”, afirma o HSBC em um comunicado. O banco manterá, no entanto, sua presença no Brasil para as grandes empresas.
O grande corte de postos de trabalho — metade deles, no Brasil e Turquia — tem o objetivo de centralizar ainda mais a atividade do banco na Ásia, onde o HSBC tem seu maior potencial de crescimento. O objetivo do HSBC, que também deseja transferir milhares de empregos para países com mão de obra mais barata, é reduzir os gastos em 4,5 a 5 bilhões de dólares até 2017.
No primeiro semestre, o HSBC registrou um lucro líquido de US$ 9,618 bilhões, 1,31% a menos que no mesmo período de 2014. No segundo trimestre, o lucro líquido caiu 3,8%, a US$ 4,359 bilhões.
A queda do lucro foi provocada principalmente pelos custos totais de operação, que no primeiro semestre aumentaram 5% na comparação com o mesmo período de 2014, a US$ 19,187 bilhões.
O HSBC atribuiu o aumento aos “investimentos para o crescimento futuro” e aos gastos legais para enfrentar os litígios com as autoridades de regulação no Reino Unido e outros países. Além disso, os impostos pagos pelo HSBC na Grã-Bretanha alcançaram US$ 2,9 bilhões, um aumento de 44% em ritmo anual.
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