de Fábio Campana, no Estadinho (www.parana-online.com.br)
Mais de mês depois da eleição e o fuzuê ainda não se desanuviou no Paraná. Réplicas e tréplicas, tiroteios, denúncias e diarréica exposição de ressentimentos dominam a cena.
Tudo temperado pelo habitual sabor da caipirice política. Sob o holofote principal, o perturbador elemento de tanta controvérsia, Requião. O eterno bicho-papão continua a assombrar noites mal dormidas dos senhores que apostaram todas as suas fichas em Osmar Dias.
Estes protagonistas daquilo que, em Stratford-upon-Avon, seria chamado de comédia de erros, comportam-se com notável virulência. Continuam em campanha e chegam a anunciar que o décimo-terceiro do funcionalismo vai atrasar, só para tentar desestabilizar o governador.
Longe deste insensato mundo, o temido Requião está na França há uma semana. Encerrou sua participação na Grande Feira Ecológica de Lyon e instalou-se em Paris. Só retornará no dia 8.
Requião divide-se pachorramente entre os prazeres da comida francesa, regada a Chateaux Margau, e o eventual proselitismo de ecologistas europeus em sua eterna má consciência pelos problemas do terceiro mundo.
Aqui, uma parcela da mídia insiste em atribuir a Requião todos os males do mundo. Inclusive os climáticos. Escrevinhadores são contratados para analisar o que nem conseguem entender muito bem, pois nessa faixa a ignorância é hegemônica.
Por trás de tudo, há um expressivo grupo de senhores de alto coturno que, quando se reúne, não esconde o sonho do impeachment, da deposição de Requião antes que ele complete os quatro anos de mandato. Essa gente não tem paciência. Além do que, seus negócios e seus anseios dependem da sombra do Estado para prosperar.
Muitos já tomaram outro caminho. Procuram amparo junto ao governo federal. Por mais que detestem o metalúrgico Lula, não deixaram de amar as fontes de recursos que podem adubar suas hortas, enquanto mantém por aqui a postura de independência e de oposição.
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