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Berlusconi vai entregar cargo após aprovação de reformas econômicas

da Reuters e EFE

Após a sessão do parlamento desta terça-feira (8), que mostrou que o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não tem mais maioria, o premiê decidiu que colocará seu cargo à disposição do presidente Giorgio Napolitano assim que forem aprovadas as primeiras reformas econômicas exigidas pela União Europeia (UE). Berlusconi se reuniu com o presidente após a sessão do parlamento.

Em reunião com Napolitano, o premiê disse que vai renunciar após o projeto de lei do novo Orçamento, atualmente a caminho do parlamento, ser aprovado, informou o gabinete do chefe de Estado por meio de comunicado. A lei de Orçamento deve ser aprovada até o final deste mês, mas sua aprovação pode agora ser acelerada.

Napolitano disse que Berlusconi está ciente das consequências da votação ocorrida nesta terça-feira, na qual a coalizão de centro-direita fracassou em garantir a maioria da Câmara Baixa.

Sem maioria

A votação desta terça-feira indicou que Berlusconi não tem mais maioria no parlamento e aumentou a pressão para sua renúncia. Segundo o ministro da Defesa, Ignazio La Russa, o premiê fará uma consulta ao chefe de Estado antes de decidir se renuncia.

A votação sobre as contas públicas de 2010 aumentou a pressão para a renúncia de Berlusconi, porque indica que o premiê já não tem maioria absoluta. Ele só venceu a votação porque a oposição de centro-esquerda se absteve.

“A votação deixa em aberto todas as opções para o futuro do governo, que vai decidir o que fazer nas próximas horas”, disse La Russa a repórteres.

O governo de Berlusconi venceu em uma votação sobre Orçamento, depois da abstenção da oposição, mas obteve apenas 308 votos – a maioria absoluta na Câmara Baixa é de 316 votos.

O líder da oposição, Pier Luigi Bersani, imediatamente pediu a saída de Berlusconi, dizendo que a Itália corre o risco real de perder acesso aos mercados financeiros, depois que os rendimentos dos bônus governamentais se aproximaram da linha vermelha de 7%.

“Eu peço com toda minha força que você, primeiro-ministro, finalmente leve em consideração a situação e renuncie”, declarou Bersani logo após a votação.

Berlusconi está há semanas na corda bamba, mas os acontecimentos desta terça-feira parecem empurrá-lo a uma renúncia inevitável.

Mais cedo, Umberto Bossi, um importante aliado de Berlusconi na coalizão e presidente do partido Liga do Norte, pediu que o premiê renunciasse.

Bossi disse que Berlusconi, de 75 anos, deveria ser substituído por Angelino Alfano, secretário do partido PDL. “Nós pedimos que o primeiro-ministro renuncie”, disse Bossi a jornalistas em frente ao Parlamento.