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Beija-Flor é suspeita de ter sido financiada com verba pública

Beija-Flor é suspeita de ter sido financiada com verba pública

Campeã do desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro, a Beija-Flor agora é suspeita de ter sido financiada com dinheiro público numa triangulação internacional com a ditadura de Guiné-Equatorial. A suspeita começou após o governo de Guiné ter negado que tenha patrocinado a Beija-Flor. Em nota, o ministro da Informação, Teobaldo Nchaso Matomba, afirmou que a iniciativa do patrocínio partiu de “empresas brasileiras” que têm negócios no país africano. O governo de Guiné não citou nomes de empresas. Na quarta-feira, durante as comemorações pelo título, o carnavalesco Fran-Sérgio citou as empreiteiras Queiroz Galvão, Odebrecht e grupo ARG como patrocinadores do enredo.

O contrato assinado entre a Beija-Flor e o Ministério da Cultura e Turismo de Guiné cita um aporte de R$ 10 milhões à escola, mas não informa a origem do dinheiro.

As informações desencontradas levou o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), a anunciar que pedirá informações ao BNDES sobre empréstimos que teriam sido concedidos a empreiteiras com investimentos em Guiné Equatorial. O tucano quer apurar se houve uma “triangulação” de recursos públicos que tinha por objetivo financiar a Beija-Flor.

Cunha Lima apresentou um requerimento de informações ao ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro, sobre a existência de obras em Guiné que tenham recursos do BNDES. Para ter validade, o pedido precisa ser aprovado pela Mesa Diretora do Senado.

O tucano também quer saber quais empresas e qual o montante de recursos do banco foi usado para financiar empresas brasileiras com obras no país africano nos últimos dez anos. Um dos objetivos da oposição é descobrir se empresas envolvidas na Operação Lava Jato teriam recebido recursos do BNDES nesses empreendimentos e, agora, teriam financiado indiretamente o carnaval. Cunha Lima disse que essa suspeita reforça a necessidade de se realizar também uma CPI do BNDES.