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Barbosa Neto pediu para rasurar pedido de compra de livros, diz ex-secretária

O ex-chefe de gabinete do prefeito Fábio Góes teria rasurado o documento de compra da coleção “Vivenciando a cultura afro-brasileira e indígena”. Segundo a ex-secretária de Educação Karin Sabec, ele teria aumentado o pedido de 6.750 exemplares para 13.500, em nome do próprio prefeito Barbosa Neto (PDT).

Essa foi uma das declarações da ex-secretária durante depoimento na Comissão Especial de Inquérito (CEI) da Educação – aberta pela Câmara para investigar denúncias de irregularidades na pasta – na tarde desta quarta-feira (30).No depoimento, que durou mais de quatro horas, Karin Sabec atribuiu ao ex-secretário Fábio Góes a responsabilidade pelas irregularidades na compra dos livros da coleção “Vivenciando a cultura afro-brasileira e indígena”. O discurso da ex-secretária é que o nome dela teria sido usado para que fossem feitas as irregularidades. A CEI também investiga a legalidade na compra dos kits escolares pelo Município no ano passado.

Sobre a suposta adulteração na compra dos livros feito por Fábio Góes, o vereador Rony Alves (PTB), presidente da CEI da Educação, disse que o argumento do ex-chefe de gabinete era a adequação do pedido à obrigação constitucional de destinar 25% da arrecadação municipal para a Educação. Karin havia pedido 15 livros por escola, e Góes, após ter rasurado a nota, pediu 30 livros para cada.

Alves também confirmou que a CEI não cogita convocar Barbosa Neto para dar explicações sobre as irregularidades na compra dos livros escolares considerados racistas. Sobre o prefeito, o vereador petebista afirmou que “não cai uma agulha na prefeitura sem que o prefeito tenha conhecimento”.

A frase, repetida por Rony Alves, foi dita por Karin Sabec durante o depoimento à comissão nesta tarde. Segundo ela, Marco Cito teria usado a mesma expressão quando perguntado se o prefeito Barbosa Neto estava sabendo de todos os passos da compra dos livros.

Prefeito nega responsabilidade

O prefeito Barbosa Neto (PDT) esteve na Câmara nesta tarde para participar da Conferência de Paz, que estava sendo realizada no plenário. Ainda sem conhecer o teor do depoimento da ex-secretária, ele afirmou que o importante é que no ano da Consciência Afro a Prefeitura adquiriu um material para combater os preconceitos. “Se houve problemas, a Controladoria [do Município] fez o seu papel. Se houvesse responsabilidade do prefeito, a Controladoria teria apontado”, afirmou.

Fonte: Gazeta do Povo