Depois das cobranças do PSB e até da ameaça de expulsão, o vereador Jairo Tamura decidiu deixar a liderança do prefeito Barbosa Neto (PDT) na Câmara de Londrina. Ele comunicou a saída à Mesa, ontem, no final da sessão legislativa, atendendo a uma advertência do presidente estadual do partido, Severino Araújo.
No meio da tarde, Araújo encaminhou ao vereador o documento, afirmando que ”é incompatível exercer atividade político-legislativa na condição de vereador do PSB e líder do Governo Municipal de Londrina que está se defendendo de acusações de improbidade administrativa”. Tamura afirmou que a posição do partido foi determinante. ”Estamos numa nova fase de discussões por conta da eleição e por respeito às lideranças do partido e para ficar isento enquanto o partido se decide sobre os rumos da eleição, resolvi deixar o cargo (de líder)”, disse. O vereador já havia comunicado ao PSB que deixaria a liderança neste mês de maio, porém, a sigla, que não estaria satisfeita com a atuação dele, cobrou uma posição rápida, sob ameaça de expulsão.
O documento divulgado pelo PSB registra, também, que a independência do vereador para exercer o mandato fica restrita quando a atividade política estiver em ”descumprimento aos princípios doutrinários e programáticos” do estatuto partidário.
Segundo o presidente do PSB em Londrina, Hélio Lourenço, em entrevista à FOLHA antes da saída de Tamura da liderança, os correligionários estão cobrando uma posição ”firme da direção” diante da atuação do parlamentar. ”O Jairo está isolado dentro do partido, desde que escolheu esse caminho (ser líder).” Antes de Tamura, ocuparam a liderança Roberto Fú (PDT), Tito Valle (PMDB), Sebastião dos Metalúrgicos (PDT) e Joel Garcia (na época no PDT).
O presidente estadual do partido escreveu na advertência ao vereador londrinense que mesmo que ”não haja provas definitivas das referidas acusações de atos de improbidade, assim mesmo, sua presença no PSB está causando desconforto”.
Questionado sobre a atuação do vereador daqui pra frente, fora da liderança, Hélio afirmou que o partido não pretende interferir nas votações relacionadas aos projetos do Executivo. ”A saída da posição de para-choque da administração é o que esperávamos para o momento.”