Por Mário Coelho, no Congresso em Foco:
Até a primeira semana de setembro, os 512 deputados devem definir o destino político da colega Jaqueline Roriz (PMN-DF). Flagrada em vídeo recebendo dinheiro de propina das mãos de Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção revelado pela Operação Caixa de Pandora, ela corre o risco de perder o mandato após o Conselho de Ética da Câmara aprovar seu processo de cassação. Nos bastidores, no entanto, cresce o movimento para a absolvição da parlamentar brasiliense.
Com a desistência de Jaqueline do recurso apresentado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, as articulações diminuíram. Depois, com a chegada do recesso parlamentar, as conversas esfriaram de vez. Porém, com a retomada do semestre legislativo, o tema voltou a rondar as rodas de conversas de deputados. Assunto que escapa aos líderes, tem no baixo clero – grupo de parlamentares sem expressão nacional – frequência rotineira.
Oficialmente, todos negam as conversas. Porém, reservadamente, deputados ouvidos pelo Congresso em Foco admitem que estão trabalhando pela absolvição de Jaqueline. Não por conta dela, com atuação reservada na Câmara e com a família distante dos dias de domínio político dentro do PMDB e no governo locais. A preocupação compartilhada entre os deputados é com os próprios pescoços. Muitos temem que, caso o plenário aprove o projeto de cassação do Conselho de Ética, eles mesmos possam perder o mandato no futuro.
O vídeo em que Jaqueline aparece recebendo, junto com o marido, Manoel Neto, dinheiro de Durval foi gravado em 2006. Quando a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, ocorreu, em 27 de novembro de 2009, vários vídeos vieram à tona. Entre eles, estavam os que mostravam os deputados distritais Eurides Brito (PMDB), Júnior Brunelli (ex-PSC, sem partido) e Leonardo Prudente (ex-DEM, sem partido). A peemedebista teve o mandato cassado, enquanto os outros dois renunciaram para evitar a cassação.
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