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Fábio Campana

Por dever de ofício, assisti a reunião do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Fiquei pasmo. Troca de insultos em baixo calão, pugilato, ataques de nervos e muita desfaçatez no enfrentamento entre a turma do Eduardo Cunha e a rapaziada que quer derrubá-lo da presidência da Câmara.

As cenas de baixaria explícita são emblemáticas de um país que perdeu o rumo ao ficar nas mãos da pior safra de políticos de toda a história da República. Só restou o baixo clero. Ninguém que mereça ser lembrado pelo exercício de inteligência. Nenhum brilho. Só lugar comum, despreparo, ignorância e uma esperteza de malandro de parque.

O Alto Clero, expressão que designava o time de políticos da altura de Ulysses Guimarães, Carlos Lacerda, Fernando Henrique Cardoso, para citar nomes de várias épocas, desapareceu da política nativa. Restaram alguns nomes que merecem respeito, mas são poucos e periféricos. Nenhum que possa ser comparado, digamos, a Roberto Campos ou mesmo a Leonel Brizola.

No topo, a comandar o espetáculo de nossa política mambembe, estão figuras do porte de Renan Calheiros, Eduardo Cunha, Gleisi Hoffmann, Collor de Mello e assemelhados. Se estes são os referenciais, imaginem os epígonos. No governo, Dilma Rousseff, que não consegue nem mesmo expressar o que pensa. Se é que pensa. Um ministério chinfrim constituído pelo que restou do PT depois da Lava Jato. Medíocre. É a nossa sina.

Foto: Agência Câmara