Ministro Gilberto de Carvalho é vaiado ao defender Dilma em evento da Força Sindical
O ato da Força Sindical em comemoração pelo Dia do Trabalho nesta quinta-feira em São Paulo virou palco de ataques entre oposição e governo. O ministro Gilberto Carvalho foi vaiado ao defender as medidas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff na noite de quarta feira, em cadeia nacional de rádio e televisão.
Os pré-candidatos à Presidência, Aécio Neves (PSDB e Eduardo campos (PSB), criticaram a política econômica. O presidente licenciado da Força, o deputado federal Paulinho da Força, afirmou que Dilma devia estar na presídio da Papuda, em Brasília, e chegou a pedir ao público que mandasse uma banana para a presidente. As informações são de O Globo.
Paulinho e Aécio Neves subiram juntos ao palco e atacaram presidente. Gilberto Carvalho estava no palanque, porém, mais afastado. Mas ouviu Paulinho dizer que Dilma não comparecia e “mandava subalternos”.
– Temos uma corrupção desenfreada. O governo que deveria dar exemplo está atolado na corrupção. É o governo que, se fizer o que a presidente Dilma falou ontem, quem vai parar na Papuda é ela – declarou Paulinho da Força.
Aécio questionou novamente as medidas anunciadas pela Dilma:
– A presidente da República protagonizou ontem um momento patético da vida pública deste país. Ela utilizou um instrumento de Estado, que é a cadeia de rádio e televisão, para fazer proselitismo político para atacar adversário. As medidas que ela anuncia vêm na direção daquilo que já vimos defendendo há muito tempo. O reajuste não atende ao crescimento inflacionário. E ela mente no momento que diz que o reajuste de 10% não chega ao teto estabelecido pela ONU de U$ 1,25 por dia – afirmou Aécio.
Ele disse ainda que Dilma “acha que a crise da Petrobras é culpa da oposição, mas é daqueles que fizeram dela um balcão de empregos”.
Já Gilberto Carvalho menosprezou a fala de Paulinho e disse não temer vaias.
– Não temos medo de vaia. O trabalhador brasileiro sabe que os 12 anos do PT foram os melhores para os trabalhadores – falou Carvalho, que não quis polemizar sobre as declarações de Paulinho. – Eu não vou comentar o Paulinho da Força. Eu respeito os trabalhadores da Força Sindical. Prefiro me relacionar com eles – falou.
Ao discursar, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, saiu em defesa de Dilma.
– Essa reunião não é para ofender ninguém. Eu quero contestar o meu amigo Paulinho. Ele não precisava ofender a presidente.
Eduardo Campos chegou atrasado, depois que os shows musicais já haviam recomeçado. Em um discurso de apenas dois minutos, se comprometeu a não mexer com os direitos dos trabalhadores num eventual governo.
– O Brasil tomou o caminho errado. Precisamos da unidade do nosso povo para recolar o Brasil no rumo do crescimento com distribuição de renda. E precisamos assumir o compromisso que o Brasil não vai para o caminho certo retirando dos trabalhadores os seus direitos. Achando que é sufocando o salário mínimo, retirando direitos trabalhistas que nós vamos derrotar o inimigo número um do trabalhador que é a inflação – disse Campos.
O pré-candidato do PSB voltou a repetir o discurso de mudança e contra a velha política.
– Nós não vamos fazer um Brasil diferente se mantivermos o que temos em Brasília hoje. Brasília está de costas para o Brasil. Brasília tem o pacto dos velhos políticos, contra o povo, contra a distribuição de renda , contra os trabalhadores.
Depois da fala do pré-candidato do PSB, Paulinho pediu novamente que o público repetisse o gesto da banana para Dilma. Campos ficou constrangido e disse, em entrevista, que o debate na política deve se dar com ideias.
O ex-governador de Pernambuco também criticou o pronunciamento da Dilma em rede nacional.
– O que nós vimos foi mais uma fala eleitoral do que a fala de presidente da República. O fato da presidente anunciar o aumento do Bolsa Família é uma medida que vem reparar as perdas da inflação que ela mesmo deixou acelerar nos alimentos e retirou o poder de compra das famílias mais pobres têm – comentou.
Para Campos, o governo não pode pensar apenas na eleição.
– Precisamos conter a inflação no Brasil. Precisamos de um governo que não pense na próxima eleição e sim de maneira estratégica.
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