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Até Gleisi quer distância do paraíso bolivariano

Até Gleisi quer distância do paraíso bolivariano

Augusto Nunes

O que desmoraliza de vez a conversa fiada dos esquerdopatas é o movimento de entrada e saída. Ninguém foge para paraísos socialistas. Todo mundo foge (ou ao menos sonha fugir) dessas excrescências político-ideológicas. Enquanto Berlim esteve dividida em duas partes, por exemplo, não se soube de um único e escasso alemão que tenha fugido para o lado comunista. Nem seria preciso fugir: era só cruzar a pé o Portão de Brandenburgo. Em contrapartida, milhares de pessoas se expuseram a todos os riscos para alcançar a liberdade e a democracia na Berlim capitalista.

Desde a implantação da ditadura dos irmãos Castro, há quase 60 anos, nenhum barco tripulado por fugitivos do imperialismo americano atracou nas praias de Cuba. Mas incontáveis nativos escaparam clandestinamente a bordo de qualquer coisa que flutuasse, e se perdeu a conta dos que morreram tentando o litoral dos EUA. Como na Alemanha antes da reunificação e na ilha-presídio no Caribe, tem sido assim na Venezuela devastada pelo socialismo bolivariano.

Todos os dias, atravessam a fronteira do Brasil multidões de venezuelanos atormentados pela fome, pela inflação, pelo desemprego e pela violência da ditadura chavista hoje liderada por Nicolás Maduro. Até agora, nenhum morador do lado de cá — venezuelano ou brasileiro — se animou a empreender a travessia no sentido contrário. Não apareceram interessados em desfrutar do paraíso criado por Hugo Chávez e herdado por Nicolás Maduro.

Gleisi Hoffmann, por exemplo, não para de fazer declarações de amor à Venezuela, mas parece achar que uma temporada na maravilha bolivariana incapaz de produzir até papel higiênico é bem pior que a perspectiva de uma temporada na cadeia do Brasil de Temer. A Justiça, aliás, deveria propor uma troca à presidente do PT: se sobrevivesse a alguns meses no paraíso chavista disfarçada de dona de casa venezuelana, seria poupada da gaiola no país natal.

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