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Associações de jornais e jornalistas repudiam agressão à colunista Míriam Leitão

mirian 2Associações de jornais e jornalistas repudiaram, nesta terça-feira, as agressões sofridas pela jornalista Míriam Leitão em voo de Brasília para o Rio de Janeiro no sábado, dia 3 de junho. Conforme o relato em sua coluna desta terça-feira, Míram foi alvo de contínuas hostilidades e agressões verbais por parte de dirigentes do PT que retornavam para o Rio após o congresso do partido no último sábado. As informações são d’O Globo.Míriam foi agredida verbalmente desde a sala de embarque e durante todo o voo, sem que os comandantes da Avianca tenham repreendido os dirigentes petistas. A colunista chegou a ser convidada – por recomendação da Polícia Federal segundo a tripulação – a mudar de lugar, o que foi recusado.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou “o comportamento dos passageiros que, de maneira covarde e intolerante, atacaram a colunista Míriam Leitão”.

“A violência, a intolerância e a incompreensão do papel da liberdade de expressão, ao contrário, podem ferir de morte o regime democrático”, diz o comunicado.

A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) também divulgaram nota em conjunto contra as ameaças contra a jornalista.

“Atitudes como essas refletem autoritarismo, intolerância e desconhecimento do papel da imprensa – o de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público”, diz a nota, que completa:

“A ABERT, a ANER e a ANJ esperam que episódios como este sejam sempre apurados e evitados, para que prevaleçam os princípios da convivência democrática”.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) também se solidarizou com a jornalista e defendeu que os profissionais de imprensa não podem ser confundidos com as empresas onde trabalham.

“Repudiamos toda e qualquer forma de violência contra jornalistas e alertamos que os profissionais de imprensa não podem ser confundidos com as empresas onde trabalham – no caso, as Organizações Globo”, diz a nota do sindicato, que também lamenta o acirramento da polarização política no país, que “tem multiplicado graves casos de constrangimento e violência como o sofrido por Miriam Leitão”.

Em nota, a Avianca afirmou que “repudia veementemente qualquer ação que viole os direitos dos cidadãos” e que “o procedimento objetivo seguido pelo comandante, no estrito cumprimento de suas funções, seguiu a praxe do setor para esses casos”.

A companhia diz ainda que solicitou a presença da Polícia Federal na aeronave após “detectar tumulto que poderia atentar à segurança operacional e integridade dos passageiros”. O GLOBO ainda não conseguiu contato com a delegacia da PF no aeroporto Juscelino Kubitschek.

PT LAMENTA, MAS ATACA IMPRENSA

Em nota assinada pela recém-eleita presidente Gleisi Hoffmann, o Partidos dos Trabalhadores (PT) ‘lamenta o constrangimento’ sofrido pela jornalista e colunista do GLOBO Míriam Leitão em voo de Brasília para o Rio de Janeiro no último sábado. Conforme o relato em sua coluna desta terça-feira, Míram foi alvo de contínuas hostilidades e agressões verbais por parte de dirigentes do PT que retornavam para o Rio após o congresso do partido no último sábado.

Depois de dizer que orienta sua militância a “não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas ou ideológicas”, o partido atribui o acirramento no país ao trabalho da imprensa. “A Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil”, diz a nota do PT.

REDE GLOBO DIZ QUE PT SE EQUIVOCA

Em nota, a Rede Globo diz que a nota do PT se equivoca e que contribui para esse tipo de agressão são “os mais altos dirigentes do partido que, em face das acusações que sofrem dos órgãos de investigação do país, ofendem de forma contumaz aqueles que apenas noticiam os fatos”.

De acordo com a TV GLOBO, a nota da senadora Gleisi Hoffman é “o mais acabado exemplo disso”.

“Transforma o que deveria ser apenas um pedido de desculpas à jornalista Miriam Leitão num ataque à TV Globo, contribuindo para essa cultura do ódio de alguns de seus militantes”.

A TV GLOBO conclui a nota, dizendo que nada disso porém, intimidará o trabalho de reportar os fatos com isenção:

“Nada disso, porém, intimidará aqueles que, como a Globo, se dedicam a reportar os fatos com isenção, sejam eles positivos ou negativos, sem levar em conta os partidos a que se referem. A Globo tem demostrado isso na prática”.

NOTA DA TV GLOBO

A nota do PT se equivoca: quem contribui para esse tipo de agressão são os mais altos dirigentes do partido que, em face das acusações que sofrem dos órgãos de investigação do país, ofendem de forma contumaz aqueles que apenas noticiam os fatos.

A nota da senadora Gleisi Hoffman é o mais acabado exemplo disso. Transforma o que deveria ser apenas um pedido de desculpas à jornalista Miriam Leitão num ataque à TV Globo, contribuindo para essa cultura do ódio de alguns de seus militantes.

Nada disso, porém, intimidará aqueles que, como a Globo, se dedicam a reportar os fatos com isenção, sejam eles positivos ou negativos, sem levar em conta os partidos a que se referem. A Globo tem demostrado isso na prática.

NOTA DO PT

O Partido dos Trabalhadores lamenta o constrangimento sofrido pela jornalista Miriam Leitão no voo entre Brasília e o Rio de Janeiro no último dia 3 de junho, conforme relatado por ela em sua coluna de hoje. Orientamos nossa militância a não realizar manifestações políticas em locais impróprios e a não agredir qualquer pessoa por suas posições políticas, ideológicas ou por qualquer outro motivo, como confundi-las com as empresas para as quais trabalhem.

Entendemos que esse comportamento não agrega nada ao debate democrático. Destacamos ainda que muitos integrantes do Partido dos Trabalhadores, inclusive esta senadora, já foram vítimas de semelhante agressão dentro de aviões, aeroportos e em outros locais públicos.

Não podemos, entretanto, deixar de ressaltar que a Rede Globo, empresa para a qual trabalha a jornalista Miriam Leitão, é, em grande medida, responsável pelo clima de radicalização e até de ódio por que passa o Brasil, e em nada tem contribuído para amenizar esse clima do qual é partícipe. O PT não fará com a Globo o que a Globo faz com o PT”.

NOTA DA ABRAJI

“A repórter e colunista de O Globo Míriam Leitão foi gravemente assediada durante um voo de Brasília ao Rio de Janeiro há 10 dias, no sábado, 3.jun.2017. Sua partida da Capital Federal coincidiu com o encerramento do 6º Congresso Nacional do PT, e havia cerca de 20 delegados do partido no mesmo avião.

As ofensas começaram no portão de embarque e seguiram durante todo o voo, como relata a jornalista em sua coluna no jornal O Globo de 13.jun.2017. A tripulação convidou-a a trocar de assento, mas não reprovou a conduta dos que, aos gritos, a ameaçaram, provocaram e ofenderam.

A Abraji repudia o comportamento dos passageiros que, de maneira covarde e intolerante, atacaram a colunista Míriam Leitão. Não há nada que justifique assédio violento a qualquer cidadão por suas posições ou seus atos. Infelizmente o acirramento de posições políticas tem levado à proliferação de situações como essa, seja em aviões, restaurantes e mesmo hospitais.

O dissenso é saudável para uma democracia, e o embate civilizado de ideias é o melhor caminho para a construção de uma sociedade mais justa. A violência, a intolerância e a incompreensão do papel da liberdade de expressão, ao contrário, podem ferir de morte o regime democrático.”

NOTA DA ABERT, ANER E ANJ

“A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), a Associação Nacional de Editores de Revistas (ANER) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) repudiam as ameaças e ataques verbais de passageiros contra a jornalista Míriam Leitão.

No dia 3 de junho, durante um voo de Brasília ao Rio de Janeiro, a jornalista foi ofendida com xingamentos e gritos por representantes partidários. Além das grosserias, Míriam Leitão recebeu empurrões no assento que ocupava.

Atitudes como essas refletem autoritarismo, intolerância e desconhecimento do papel da imprensa – o de informar a sociedade sobre assuntos de interesse público.

A ABERT, a ANER e a ANJ esperam que episódios como este sejam sempre apurados e evitados, para que prevaleçam os princípios da convivência democrática.”

NOTA DO SINDICATO DO RJ

“O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ) se solidariza com a jornalista e colunista Miriam Leitão pelo constrangimento sofrido no dia 3 de junho, em um voo de Brasília ao Rio. Repudiamos toda e qualquer forma de violência contra jornalistas e alertamos que os profissionais de imprensa não podem ser confundidos com as empresas onde trabalham – no caso, as Organizações Globo.

Considerando as diferentes versões, para o SJPMRJ, as discordâncias políticas em uma democracia devem ser tratadas com respeito aos interlocutores, em um debate saudável, e não por meio de silenciamento e atos violentos.

Lamentavelmente, o acirramento da polarização política no país – em muito alimentado por setores da mídia – têm multiplicado graves casos de constrangimento e violência como o sofrido por Miriam Leitão; nas ruas, em restaurantes e até em hospitais.

Cabe a nós, jornalistas, denunciar violações aos direitos humanos e zelar pelo pleno exercício da liberdade de expressão”.