Michele Caputo (PSDB) defende o decreto estadual que determinou a quarentena restritiva em sete regionais do estado (ampliado para oito com a inclusão do Litoral). Segundo o deputado, o decreto estabelece critérios claros e prevê revisões periódicas, de acordo com a situação da pandemia de Covid-19 em cada região. Coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus, Caputo promoveu, na última quinta-feira, debate entre a Sociedade Brasileira de Infectologia e o grupo de médicos que defende o tratamento precoce à Covid-19 com o uso de hidroxicloroquina o ivermectina. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele explica o objetivo do debate:
Como coordenador da Frente Parlamentar do Coronavírus, o senhor promoveu um debate sobre uma proposta de tratamento precoce da Covid-19 com drogas que ainda não tiveram comprovação científica de eficácia. Como farmacêutico, qual a sua posição sobre esse uso da hidroxicloroquina ou do ivermectina já nos primeiros sintomas ou mesmo como profilaxia da doença?
Eu como farmacêutico, gestor de saúde, ex-secretário, e, agora, como deputado eleito pelo setor de saúde, respeito demais a opinião da sociedade científica e da área médica, e não é só a infectologia, a pneumologia também tem posição muito parecida com a infectologia (contrária ao uso das drogas enquanto não há comprovação científica de sua eficácia e segurança). Mas essa questão do tratamento precoce é algo que tomou uma grande proporção e precisava ser debatida na Assembleia. Tem centenas de médicos pelo Paraná que apoiam. Eu respeito a relação médico-paciente. Mas eu percebo que muitos que defendem esse tratamento precoce estão lutando por uma generalização que eu acho que é muito perigosa. Os médicos são obrigados, principalmente quando a medicação não tem eficácia comprovada, de dizer para o paciente os riscos todos, isso não pode virar protocolo. Além disso, dinheiro que está sendo gasto com algo que é muito discutível (já há prefeituras distribuindo esses medicamentos), poderia ser aplicado em outras questões. Eu vejo que tem muita gente dando razão para as mídias sociais, ao invés de se preocupar com questões científicas
Deixe um comentário