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Assados na brasa

Requião voltou na sexta e desde então não teve sossego, tamanha a visitação ao Cangüiri e tantos foram os telefonemas da rapaziada que quer porque quer influir na escalação do novo governo.

Há muita gente ao relento esperando abrigo no Estado. O resultado é o espetáculo de rasteiras e pernadas dos que disputam posições.

Vamos com calma: longa hibernação autoritária desacostumou os nossos políticos da saudável prática da postulação pública dos cargos.

No governo, há uma turma pesada querendo transformar a escolha de secretários e presidentes de estatais num rodízio de churrascaria onde as mesmas carnes são servidas ao freguês, em rodadas sucessivas. Haja estômago.

Não se trata de lamentar a quantidade, largamente excessiva, de candidatos aos cargos, fenômeno natural num período de descompressão política e de estagnação econômica. É até positivo que seja assim, muita gente querendo servir ao governo desde que haja correlação entre o número e a qualidade, entre o fervor das ambições e o espírito público.

Terrível é o método. A dança dos dossiês e a contradança das responsabilizações levianas que a imprensa não inventa, simplesmente registra por dever de ofício.

O certo é que ninguém quer deixar o posto e a vontade de Requião não é a de fazer grandes mudanças. Mas há algumas que terão de acontecer, até para dar lugar aos aliados do segundo turno. Nessa entram o PT e, principalmente o PSDB de Hermas Brandão, este decisivo para a reeleição.

Imaginem, portanto, que o PT fique com duas ou até três secretarias e que o tucanato de bico vermelho leve outras duas. Ora, pois, já é o suficiente para grandes mudanças. Fábio Campana, na Tribuna do Paraná.