Por Josias de Souza, na Folha Online:
Num instante em que Dilma Rousseff tenta pôr em pé uma ‘Comissão da Verdade’, a Argentina mandou mais quatro militates de pijama à grelha.
Foram condenados por crimes praticados entre 76 e 83, durante a ditadura portenha, chamada de ‘Guerra Suja’.
Eduardo Cabanillas, ex-general do Exército argentino arrostará prisão perpétua. Dirigia um centro de tortura travestido de oficina mecânica.
Funcionava no centro de Buenos Aires. Em suas instalações, foram moídos algo como duas centenas de ativistas de esquerda.
Outros três ex-integrantes do serviço secreto argentino foram condenados por assassinato, tortura e prisões ilegais.
Dois deles, Honorio Martinez e Eduardo Ruffo, puxarão uma cana de 25 anos. O outro, Raul Guglielminetti, 20 anos.
O grupo operava no âmbito da Operação Condor, aliança de ditaduras latino-americanas urdida para eliminar opositores além-fronteiras.
Pelo centro de sevícias dirigido pelo ex-general Cabanillas passaram sobretudo uruguaios. Em menor quantidade, chilenos, bolivianos, peruanos e cubanos.