O volume de drogas apreendidas nas rodovias estaduais da região de Maringá cresceu 38% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2013. O levantamento é da 4ª Companhia da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), que atua em 3 mil km de rodovias, em uma área com 120 municípios. O noroeste, por sinal, guarda uma peculiaridade com relação ao restante do Paraná: a região concentra 30% das apreensões de entorpecentes realizadas pela PRE em todo o Estado em 2014. As informações são d’O Diário de Maringá.
Para a polícia, o fato reforça a tese de que a região de Maringá é um corredor para o tráfico de drogas. As rodovias de maior concentração de ocorrências são as PRs 323 – que liga Maringá a Guaíra – e a 317 – principal rota até Foz do Iguaçu. “Essa situação é histórica. Por isso, os nossos policiais realizam dezenas de abordagens todos os dias em busca de drogas”, afirma o comandante da 4ª Cia, tenente Rodrigo Girotto.
Para tentar fugir da fiscalização, os criminosos geralmente optam por transportar o entorpecente durante a noite. De acordo com os relatórios da PRE, 6 de cada dez apreensões ocorrem entre 19h e 5h. Para a polícia, uma das justificativas para o aumento está nas abordagens mais recorrentes. “Temos feito um trabalho intenso de abordagens. No nosso caso, a maioria das apreensões acontece por conta desse trabalho. Não há tantas denúncias, e sim o faro do policial”, diz o comandante.
“As equipes agem com estratégia. É feita a vistoria no veículo, e os policiais mais experientes fazem várias perguntas ao motorista. Geralmente, se ele está transportando algo ilícito, isso fica claro durante essa conversa”, explica o comandante. Se a dúvida do patrulheiro persiste, o veículo é levado ao pátio da companhia ou do posto policial mais próximo e a revista é feita de forma mais detalhada. Há casos inclusive da necessidade do uso de cães farejadores.
O destino do entorpecente varia. A cada apreensão surge uma história diferente. “É muito comum os presos relatarem que retiraram a droga na fronteira. Já para a entrega do entorpecente, é bem variado. Ouvimos muitos casos de entregas em Maringá, mas também nos grandes centros, como São Paulo e Rio de Janeiro”, conta Girotto.
Denarc e PF
Além da PRE, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) têm intensificado o trabalho de combate ao tráfico de drogas.
No caso da PF, a exemplo do que foi constatado em rodovias da região de Maringá, a cocaína foi a droga com a maior alta no comparativo de apreensões: foram 447kg no primeiro semestre deste ano, ante 92 kg no mesmo período de 2013. As apreensões de maconha também registraram alta vertiginosa: de 12,9 toneladas em 2013 para 21,4 este ano, usando-se a mesma referência de comparação. O volume de crack manteve-se praticamente estável, com a retirada de 255 kg de circulação em 2013, contra 260 kg em 2014.
Os agentes do Denarc, por sua vez, apreenderam 11,8 toneladas de maconha e 324 kg de crack no primeiro semestre de 2014. Uma das justificativas para este volume, segundo a polícia, é o movimento maior no Estado por conta da Copa do Mundo e o aumento no efetivo de investigadores em algumas unidades do Paraná.
“Uma situação que nos auxilia nas investigações é a denúncia feita pelo fone 181. Essa colaboração da sociedade é muito importante. Além disso, a nossa equipe trabalha de forma sigilosa na investigação de quadrilhas ligadas ao narcotráfico”, destacou o delegado responsável pelo núcleo da Denarc de Maringá, Adão Wagner Loureiro.
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