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Apreensões de crack na fronteira disparam em conexão do PCC no PY

Apreensões de crack na fronteira disparam em conexão do PCC no PY

As apreensões de crack na principal fronteira entre Brasil e Paraguai, numa rota dominada pelo PCC, tiveram uma disparada nos últimos cinco anos. As pedras vem do Paraguai já prontas para consumo, segundo peritos da Polícia Federal em Foz do Iguaçu. Só neste ano, a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 182,4 kg, mais que a quantidade total de 2013 e 2014 – 110 kg e 139 kg, respectivamente.Em 2005, a PF apreendeu 3,8 kg. No ano passado, foram quase 370 kg. O pico foi em 2013, com 757 kg. Com informações da Folha de S. Paulo.

Boa parte do crack que vem do país vizinho – assim como parte da cocaína, que bateu recorde de apreensões em Foz do Iguaçu em 2014 – segue para São Paulo, principal centro consumidor. O Paraguai, conhecido pelo cultivo de maconha, não produz cocaína, que é a base para o crack. Serve apenas como passagem para o Brasil. A droga vem originalmente de Bolívia, Peru e Colômbia.

LIGAÇÃO HISTÓRICA

“Como a organização criminosa ligada ao tráfico aqui em São Paulo [o PCC] tem uma relação muito próxima com o Paraguai, uma relação econômica, eles preferem lidar com o Paraguai. Não significa que não lidem com a Bolívia também, mas a maior parte entra pelo Paraguai”, diz o delegado Ruy Fontes, chefe do Denarc paulista

Segundo ele, o principal chefe do PCC, Marcos Camacho, o Marcola, atualmente preso no interior de São Paulo, refugiou-se no Paraguai após um roubo cometido em 1999. Lá, comprou terras e fez muitos contatos.

Segundo o delegado-chefe da PF em Foz do Iguaçu, Ricardo Cubas César, a polícia paraguaia já descobriu laboratórios para refinar cocaína e preparar crack, a partir da matéria-prima vinda de outros países, em Ciudad del Este.

A droga atravessa a fronteira de Ciudad del Este para Foz do Iguaçu principalmente pela água, em barcos que cruzam o rio Paraná e chegam, em plena luz do dia, em portos clandestinos na barranca do rio, do lado brasileiro, ou pelo lago de Itaipu.

Essa área, de 170 km de extensão em linha reta, é fiscalizada pela PF, que faz operações pontuais para apreender embarcações que chegam com drogas, armas e contrabando. Mas o número de policiais federais é pequeno.

A região de Corumbá (MS), na divisa com a Bolívia, é outra importante porta de entrada de cocaína no país. A PF em Corumbá não separa as apreensões de cocaína e de crack, como é feito em Foz.