Desde 2004, Paraná passou de 118,6 mil pedras retiradas de circulação por ano para mais de 2,7 milhões
A operação deflagrada pela Polícia Militar de São Paulo no início do mês, que ocupou as áreas do Centro da capital paulista conhecidas como cracolândia, reacendeu o debate sobre o tratamento para dependentes de crack e o tráfico da droga. Já há algum tempo, os órgãos estatais que tratam da questão dos entorpecentes têm centrado esforços no crack, pelo seu poder devastador e pelo aumento vertiginoso do número de usuários, em comparação com outras substâncias. No Paraná, não é diferente.
As estatísticas do Narcodenúncia – parceria das polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal -, indicam que o crack vem ocupando o espaço de outros tipos de entorpecentes, conforme reforçam as estatísticas. Em 2004, haviam sido apreendidos 325 quilos de cocaína e 60,9 mil de maconha no Paraná. Em 2011, foram 245,7 quilos de cocaína apreendidos e 25,1 mil de maconha.
Contrariando essa tendência de queda, as apreensões de crack tiveram um aumento explosivo. Passaram de 118,6 mil pedras recolhidas em 2004 para mais de 2,7 milhões em 2011, uma quantia quase 23 vezes maior. Do total de 9,9 milhões de pedras de crack apreendidas no Estado nos oito anos e meio desde o início do Narcodenúncia, criado em junho de 2003, mais da metade foram recolhidas nos últimos três anos.
É um problema que não atinge apenas cidades médias e grandes. Esses quase 10 milhões de pedras apreendidas desde 2003 foram recolhidas em 248 municípios paranaenses diferentes. É uma realidade que vai desde a pequena Leópolis (Norte Pioneiro), onde uma pedra foi apreendida, até a maior cidade do Estado, Curitiba, onde as apreensões passaram de um milhão de unidades.
O tenente Edivan Fragoso, coordenador estadual do 181 Narcodenúncia, confirma que as apreensões de crack aumentaram dessa forma no Paraná porque o trabalho das forças policiais está mais eficiente e porque há mais droga em circulação.
”O trabalho policial em cima do crack recebeu mais ênfase porque a droga começou a ser mais ofertada pelos traficantes. Para eles, o crack é mais vantajoso e lucrativo, porque vicia mais rapidamente, o usuário tem necessidade de usar cada vez mais e a intervalos cada vez menores”, justifica.
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