Preso na manhã desta quarta-feira (15) em São Paulo durante a 12ª fase da Operação Lava Jato, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, chegou à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba pouco antes das 13h.
Vaccari vai ser deslocado ainda nesta quarta da sede da PF, na zona norte da capital paranaense, para o IML, região central. O tesoureiro só deve prestar depoimento entre esta quinta (16) e sexta (17).
O tesoureiro estava tranquilo no momento da prisão. Em Curitiba, ele chegou num carro preto –uma Pajero– sem falar com a imprensa.
A nova etapa da Operação Lava Jato tenta cumprir mandado de prisão temporária contra Marice Correia de Lima –além de mandado de busca e apreensão na casa dela–, cunhada de Vaccari e suspeita de ter participado do esquema de repasses de propinas ligadas a contratos na estatal. Ela é considerada foragida.
Segundo o delegado da PF Igor Romário de Paula, na casa dela foram encontradas correspondências que indicam que ela está em viagem há duas semanas. Vaccari disse acreditar que ela esteja em viagem ao Panamá ou à Costa Rica, mas a PF afirma não ter registro de que ela tenha saído do país.
Vaccari é suspeito de ter papel semelhante ao do doleiro Alberto Youssef no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro na Petrobras. Desde que surgiram as denúncias, no ano passado, ele tem negado a participação dele e de familiares no esquema.
CARGO
Segundo o despacho que determinou a prisão, Vaccari foi preso porque, como continuava na tesouraria do partido, poderia continuar incorrendo em crimes ou atrapalhar as investigações. “O mundo do crime não pode contaminar o sistema político-partidário”, afirmou, no despacho, o juiz Sérgio Moro.
“A manutenção dele [Vaccari] em liberdade ainda oferece um risco especial pois as informações disponíveis na data desta decisão são no sentido de que João Vaccari Neto, mesmo após o oferecimento contra ele de ação penal pelo Ministério Público Federal […], remanesce no cargo de tesoureiro do Partido dos Trabalhadores. Em tal posição de poder e de influência política, poderá persistir na prática de crimes ou mesmo perturbar as investigações e a instrução da ação penal”, afirmou.
O juiz afirmou que o “mero afastamento” dele do cargo que ocupa no partido não seria suficiente para prevenir de todo os riscos, já que existem indícios de ter atuado no esquema criminoso de propinas na Petrobras “mesmo antes de ter a posição oficial de tesoureiro no partido”.
“Quem responde por tão graves crimes, que incluem a utilização da posição de tesoureiro de partido político para angariar recursos criminosos e corromper o sistema político, oferece um risco a ordem pública, justificando a [prisão] preventiva”, escreveu.
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