Diante dos depoimentos prestados, a CPI começou a apurar mais de perto a compra de vacinas contra a COVID-19 pelo governo. AstraZeneca se defende dizendo que não houve terceiro representante envolvido nos acordos com Ministério da Saúde.
Nesta terça-feira (29), o presidente da CPI, senador Osmar Aziz (PSD-AM), anunciou que vai apurar sobre uma suposta negociação paralela para compra das vacinas da AstraZeneca. Aziz afirmou que a a negociação é uma nova linha de investigação, segundo o G1.
Durante o depoimento dos irmãos Miranda, no dia 25 de junho, o servidor da Saúde, Luis Ricardo Miranda, contou que o seu colega do Ministério da Saúde, Rodrigo de Lima, ouviu de outra pessoa que “estavam pedindo propina” para a uma negociação de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca entre o ministério e a empresa Davati Medical Supply.
Segundo a mídia, a proposta foi enviada ao ministério através de um documento no dia 26 de fevereiro de 2021.
O destinatário da mensagem era Roberto Dias Ferreira, diretor de logística do ministério, ligado ao líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).
No mesmo dia, o Departamento de Logística do Ministério da Saúde propôs uma reunião e respondeu a um e-mail, dizendo que “havia total interesse na aquisição das vacinas, desde que atendidos os requisitos exigidos”.
O vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse estranhar o fato do governo federal ter negociado com um intermediário. “A AstraZeneca era a parceira do governo federal. Por que uma negociação paralela com um intermediário?” indagou.
A farmacêutica é parceira do governo federal na produção da vacina na Fiocruz. A AstraZeneca negou que tenha participado da negociação e que não utiliza intermediário nesse tipo de transação.
“No momento, todas as doses de vacinas estão disponíveis por meio de acordos firmados com governos e organizações multilaterais ao redor do mundo”, declarou a farmacêutica.
Perguntada objetivamente se em algum momento teve a Davati como representante afirmou, a AstraZeneca disse que “não houve representante da AstraZeneca [nessa comunicação] e as vacinas são disponibilizadas por meio de acordos com o Ministério da Saúde e com a Fiocruz”.
A CPI investiga nesse momento a denúncia feita em torno da compra do imunizante indiano Covaxin. Há suposto superfaturamento na compra das vacinas e envolvimento de Ricardo Barros (PP-PR), nas transações.
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