A situação em Alto Paraná é crítica. Cada vez faltam mais médicos no departamento, do qual Ciudad del Este é a capital, mas até agora os médicos paraguaios retidos em Foz do Iguaçu não receberam permissão para voltar a trabalhar na terra deles.
Há onze médicos paraguaios retidos em Foz do Iguaçu, que sequer sabem o que fazer, já que o consulado do Paraguai, aqui, não tem nenhuma informação.
Ao menos 30 médicos foram afastados de Alto Paraná devido a covid-19, inclusive o pneumólogo Calos Pallarolas, um dos líderes da luta contra o coronavírus em Ciudad del Este, que foi levado para tratamento em Assunção, na terça-feira, 1, por ter contraído a doença.
Mesmo com a epidemia cada vez avançando mais, o Conselho de Defesa Nacional (Codena) ainda não respondeu ao grupo de médicos paraguaios que estão retidos em Foz.
O Ministério de Saúde Pública já tem pronto um protocolo para o retorno dos médicos, mas é necessária a permissão do Codena. E o órgão pelo que parece, continua protelando a decisão, como denuncia, a doutora Idalia Medina, titular da Associação de Médicos de Alto Paraná.
“Não se entende o porquê da demora”, diz a médica, já que as pessoas entram e saem de Ciudad del Este “e não se faz nada, enquanto estamos negando a passagem a nossos próprios colegas que cumprem funções, que são realmente necessários”.
“Eles devem vir, cumprir seus turnos e voltar a Foz, aqueles que residem lá – e vice-versa”, esclarece.
A médica ressalva, ainda, que o pedido é apenas para aqueles que têm vínculo de trabalho com o Ministério de Saúde Pública ou com o Instituto de Previdencia Social, ambos carentes desses profissionais em Alto Paraná.
O ministro Federico González, titular do Conselho de Defesa Nacional, respondeu ao La Nación que a primeira solicitação (dos médicos) “foi respondida há dois meses, com base na opinião do Ministério da Saúde, que não estava de acordo com o plano pelo risco representado pela possibilidade de contágio”.
Disse ainda que a solicitação de cruzar a ponte, “de maneira quase diária”, foi apresentada novamente na semana passada. Mais uma vez, segundo ele, o pedido foi encaminhado ao Ministério de Saúde Pública, que ficou de dar uma resposta.
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