A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deu o aval para a vacina contra a dengue da Sanofi-Pasteur que já tinha sido liberada no México e nas Filipinas, conforme publicação nesta segunda-feira no Diário Oficial da União. Agora, a Câmara de Medicamentos (Cemed) vai avaliar o preço final da vacina e ainda deve demorar cerca de três meses para que a imunização esteja nos postos e clínicas.
— Foi uma surpresa de fim de ano, e a boa notícia é que vamos ter a vacina no primeiro semestre de 2016. Mas é importante que se continue cuidando dos criadouros do Aedes aegypti porque a vacina protege, mas não vai acabar com o mosquito e a vacina não protege contra outras doenças disseminadas pelo vetor, como a zika — diz a diretora médica da Sanofi-Pasteur, Sheila Homsani.
A vacina, válida para os quatro tipos de dengue, pode reduzir dois em cada três casos da doença, 80% das hospitalizações e 90% da incidência de casos graves que resultam em mortes. Só este ano no Brasil, dos dois milhões de casos de dengue notificados, 1,4 milhão foram confirmados e cerca de 800 pessoas morreram vítimas da doença.
Os testes foram feitos em 40 mil pessoas de nove meses aos 60 anos, em 15 países, inclusive no Brasil. Os resultados foram entregues no fim de 2014 e estavam sendo analisados pela Anvisa desde março deste ano. Agora que foi aprovada, o governo deve decidir a logística da vacinação.
O laboratório recomenda que ela seja aplicada em larga escala e a prioridade é atender ao poder público, mas o produto também estará disponível no mercado privado. A administração deve ser feita em três doses, com intervalo de seis meses entre elas, para garantir a proteção de 93% em crianças a partir de 9 anos de idade — a partir de quando o laboratório observou que há aumento na incidência de dengue. Mas a primeira dose já garante eficácia de 74%.
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