A região do reservatório da Usina Hidrelétrica de Chavantes, entre os estados do Paraná e São Paulo, é agora oficialmente uma Área Especial de Interesse Turístico e denominada de Angra Doce. A Lei nº 13.921, que a instituiu, foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro em dezembro.
A medida valoriza a região, o que é um apoio aos cinco municípios paranaenses e os dez paulistas que a integram. Além disso, estimula a priorização de investimentos públicos para o desenvolvimento do turismo, como reformas de estradas, saneamento básico, saúde e obras. Como área de interesse turístico, a região tem uma maior visibilidade, ampliando a possibilidade de investimentos privados.
“O Paraná possui mil quilômetros de praias de água doce com cenários deslumbrantes. A formalização da região de Angra Doce reforça ainda mais esse potencial turístico, que deve ser explorado com vistas a melhorar a vida da população”, afirma o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes.
A formalização como área de interesse turístico também impulsionará o projeto Angra Doce, que vem sendo desenvolvido pelos governos estaduais do Paraná e de São Paulo. O projeto tem por objetivo promover o desenvolvimento sustentável da região por meio do turismo, o que garante a conservação dos recursos naturais, fomenta negócios sustentáveis, viabiliza a manutenção da infraestrutura adequada.
PROJETO – O mapeamento do projeto Angra Doce teve o apoio das universidades da região e do Programa Cidades do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). A proposta prevê uma governança envolvendo vários setores dos dois estados, abrangendo governo, universidades e sociedade civil.
A previsão é de investimentos e incentivos aos cinco municípios do Norte Pioneiro paranaense e em dez do Sudeste paulista. Do Paraná são abrangidos Ribeirão Claro, Carlópolis, Jacarezinho, Siqueira Campos e Salto do Itararé. As cidades paulistas são Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Piraju, Ourinhos e Timburi. Todos os municípios são banhados pelo reservatório da Usina Hidrelétrica Chavantes, formada pela confluência dos rios Paranapanema e Itararé.
ATRATIVOS – A região é propícia para a prática de vários esportes, como rafting, canoagem, trekking, asa delta, voo livre, paraglider, parapente, equitação, passeios náuticos e pesca esportiva.
Além disso, também possui cachoeiras, trilhas, praias artificiais e lugares históricos, como a ponte pênsil Alves de Lima, que foi destruída durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e reconstruída quatro anos mais tarde.
A Paraná Turismo terá um papel importante na divulgação e em ações para fomentar o turismo da região. “A empresa participará da execução de um plano de desenvolvimento regional, que vise o fomento do turismo”, explica a diretora técnica da Paraná Turismo, Isabella Tioqueta. Ela destaca o potencial da região. “Angra Doce pode se tornar uma região consolidada e muito procurada, assim como Angra dos Reis, no Rio de Janeiro”, afirma.
O presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl, cita os planos do Governo do Estado para melhorar a infraestrutura e incentivar novos empreendimentos do setor. A ideia, segundo ele, é desenvolver o turismo como uma opção econômica. “O circuito de água doce é prioritário nessa estratégia”, explica.
O LOCAL – Para quem deseja conhecer Angra Doce o ponto de chegada é o município de Ribeirão Claro. A região abriga água, cascatas e praias ao redor do lago da represa de Chavantes. São 400 quilômetros quadrados de extensão e o lago tem mais de 9 bilhões de metros cúbicos de água, formado pelos rios Paranapanema e Itararé.
Antes de chegar é preciso olhar a região de cima, do topo do Morro do Gavião, de onde se descortina um cenário deslumbrante – 360 graus de horizonte muito verde. Embaixo, a propriedade particular oferece estrutura para receber os turistas, como muitas outras pousadas, restaurantes e quiosques da região.
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