Em depoimento, ontem, ao juiz Sérgio Moro, em Curitiba, o empresário Marcelo Odebrecht disparou alguns petardos contra Lula, Dilma e o PT que se não forem mortais para eles, estão destinados pelo menos a causar graves estragos. Em resumo, ele disse:
* Repassou R$ 4 milhões e mais R$ 8 milhões ao Instituto Lula para a compra do terreno onde ele seria construído;
* Branislav Kontic, ex-assessor de Antonio Palocci, recebeu R$ 13 milhões em dinheiro vivo que foram entregues a Lula;
* A pedido de Guido Mantega, ministro da Fazenda, destinou R$ 50 milhões em propina para a campanha à reeleição de Dilma;
* Lula era o “Amigo” na planilha de propinas milionárias da empreiteira. Palocci, o “Italiano”. Mantega, o “Pós Itália”.
* Marcelo viajou ao México para se reunir com Dilma e avisá-la de que o pagamento na Suíça ao marqueteiro João Santana poderia “contaminar” a campanha dela à reeleição.
Foram duas horas de depoimento. E foi a primeira vez que Marcelo respondeu a perguntas feitas por Moro. Da vez anterior que esteve frente a frente com o juiz, Marcelo preferiu ficar calado. Mais tarde, foi condenado a 19 anos de cadeia. Então negociou a delação premiada e começou a “cantar”.
O que Marcelo contou a Moro deverá ser aproveitado em alguns ou em todos os cinco processos a que Lula responde em Curitiba. No próximo dia 3, Lula será ouvido no processo que investiga a suposta compra de um tríplex na praia do Guarujá, em São Paulo, reformado de graça pela construtora OAS.
Ricardo Noblat / O Globo
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