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Amamentar é importante

Luciano Ducci

Nesta quarta-feira, 1º de agosto, é o Dia Mundial da Amamentação. Em algumas cidades, tem-se até mesmo a semana da amamentação, com ações de conscientização no decorrer dos dias. Neste ano, a campanha nacional tem o slogan de Amamentação é a Base da Vida.

A orientação é que as mães alimentem seus filhos exclusivamente com seu leite até os seis meses de vida e sigam amamentando até os dois anos de idade.

O aleitamento materno melhora o desenvolvimento da criança, reduz casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. Funciona como uma vacina contra muitas doenças. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, amamentação tem reflexos no combate à pobreza e à desigualdade, melhora produtividade no trabalho, empodera as mulheres e protege a biodiversidade.

O Dia Mundial da Amamentação surgiu há pouco tempo, em 1990. Em 2010, o Brasil deu um passo à frente e criou uma ação de saúde pública para incentivar empresas privadas, estatais e repartições públicas a criarem salas de apoio à amamentação para as funcionárias. Hoje, em todo o país, existem pouco mais de 200 salas certificadas pelo Ministério da Saúde, que beneficiam cerca de 140 mil trabalhadoras.

Um estudo recente da Universidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul, que foi reconhecido internacionalmente, indica que se todas os bebês do mundo fossem amamentados até os seis meses, por ano pode-se evitar, a cada ano, a morte de 800 mil crianças e ainda 20 mil mulheres deixariam de morrer de câncer de mama.

O trabalho feito pelo médico epidemiologista e professor Cesar Victora, informa que um terço das crianças dos países pobres e com renda média são alimentados exclusivamente com o leite materno até os seis meses de vida. Felizmente, o número vem aumentando com as campanhas de informação. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente seis milhões de crianças são salvas a cada ano com o aumento de taxas da amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.

O incentivo à amamentação é uma das políticas de prevenção em saúde mais eficientes e também mais baratas e que também gera ganhos econômicos.

O estudo da Universidade de Pelotas aponta que aumento das taxas de amamentação de crianças de até seis meses a 90%, no Brasil, representaria economia de US$ 6 milhões para os sistemas de saúde.

Com base na informação já conhecida de que o leite materno ajuda no desenvolvimento do cérebro, foram pesquisadas várias pessoas até 30 anos de idades, em Pelotas: as que receberam o leite materno ficaram, em média, com três a quatro pontos de QI mais alto do que aquelas que não foram amamentadas.

Quem sabe os benefícios do aleitamento materno acha até curioso tanta mobilização para ensinar “o óbvio”. Mas, infelizmente, ainda é preciso informar, explicar, convencer. E é uma ação que deve atingir todas as pessoas, independente de renda ou de escolaridade. É importante para a mãe e o bebê, para o pai, para a família, para a saúde pública, para a economia e para toda a sociedade.

Luciano Ducci, médico pediatra, é deputado federal pelo PSB