José Lazaro Jr
Folha de Londrina
Pode tramitar em regime de urgência no Senado os US$ 350 milhões prometidos pelo Banco Mundial ao governo do Paraná. Alvaro Dias (PSDB) disse que fará o pedido na próxima terça-feira, 5, como membro do colegiado. A liberação do empréstimo internacional depende da aprovação dos senadores, que poderia ter sido concedida em dezembro do ano passado se não fosse por uma intervenção de Roberto Requião (PMDB).
O peemedebista questionou a necessidade do empréstimo no plenário do Senado, fato que provocou a remessa do processo para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Na ocasião, Beto Richa qualificou a situação de uma “traição ao Paraná”, pois precisava do dinheiro para impulsionar políticas públicas nas pastas da Educação, Saúde e Agricultura.
“O processo voltou para a comissão no final do ano, pois não tinha sido apreciado por ela como é o trâmite correto”, criticou Alvaro Dias, “inconformado” com a forma como esses processos são tratados em Brasília. “O Senado tem sido irresponsável na aprovação de empréstimos, sem análise alguma. A prática é aprovar tudo”, reclamou em entrevista à FOLHA. Perguntado sobre o caso do Paraná, Alvaro disse que o Estado não poderia ser “discriminado”, e por isso solicitará urgência. “Eu sei que interessa ao Paraná a aprovação”, disse. Perguntado se atende a um pedido de Beto, o tucano apenas afirmou que não foi procurado “por ninguém do governo”.
A relação entre os dois nunca foi das melhores e ano passado Alvaro e Beto trocaram palavras ríspidas pela imprensa. Depois do resultado das eleições municipais, com o PSDB se afastando dos grandes centros e elegendo prefeitos principalmente em cidades pequenas, o senador criticou a forma como Beto dirige o partido. Nos bastidores, dizia-se que Alvaro trocaria ou de partido ou de domicílio eleitoral.
Ontem, com o pedido de urgência a ser feito à CAE, outros rumores ganham força. É do interesse do PSDB nacional que Alvaro seja reeleito, pois ele se transformou num dos principais nomes da oposição ao PT no plano federal. Para não ter problemas com a Executiva, nem prejudicar a candidatura de Aécio Neves à presidência, Beto cederia a vaga ao Senado em sua chapa.
1 Comment