Estudantes a partir do primeiro ano do ensino fundamental passarão a ter educação financeira nas escolas públicas paranaenses a partir do segundo semestre de 2020. A introdução do tema, que deve ser incluído transversalmente em diversas disciplinas, faz parte de um programa do Banco Central (BC), que tem o Paraná entre os cinco estados piloto da iniciativa. As informações são de Célio Yano, da Gazeta do Povo.
O conteúdo será implantado em todas as escolas estaduais e pode ser estendido às escolas municipais mediante a adesão das prefeituras, segundo a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed). A ideia é que ao longo do primeiro semestre de 2020 as escolas trabalhem com a formação de professores e elaboração de material didático para levar o conteúdo aos alunos a partir do segundo semestre.
“Hoje muitas pessoas se endividam por falta de planejamento e de conhecimento para tomar alguma decisão”, explica o diretor de Educação da Seed, Raph Gomes. “Há relatos e pesquisas que colocam que essa concepção de educação financeira, de se programar, pensar a sustentabilidade de suas iniciativas, deve começar na infância.”
Diferentemente da temática do empreendedorismo, que terá uma disciplina própria em escolas estaduais do Paraná, a educação financeira será abordada dentro das aulas de matemática, história, geografia e língua portuguesa.
“Em matemática, quando vai se falar em porcentagem, pode-se trabalhar sob uma perspectiva de finanças”, exemplifica o diretor da Seed. “Quando se trabalhar a questão do consumo, em geografia, pode-se pensar sob a perspectiva do consumo responsável, da sustentabilidade financeira.” O tema deve ser introduzido de acordo com a faixa etária das turmas. “No primeiro ano, eles podem começar a entender que as coisas têm um custo.”
A intenção do BC é levar a educação financeira a todo o país. Para 2020, a instituição selecionou um estado por região – o Paraná é o representante do Sul – para o início do programa, ainda em caráter piloto. Em 2021 a expectativa é que o projeto possa ser expandido para as demais unidades federativas.
Para Gomes, a iniciativa está alinhada às diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e do Referencial Curricular do Paraná, que estabelecem o conjunto de aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da educação básica.
Lançada em 2017, a BNCC estabelece 10 competências que devem ser contempladas no ensino básico por escolas públicas e privadas: conhecimento; pensamento científico, crítico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; e responsabilidade e cidadania.
Outras mudanças estão previstas para 2020 no currículo do nível fundamental da rede estadual de educação do Paraná. Além da disciplina de empreendedorismo, que será ofertada para as turmas de período integral a partir do sexto ano, a Seed pretende dar início a aulas de robótica e programação no contraturno das escolas.
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