Lula apóia Requião. Requião pede votos para Lula. Na reta final, as forças políticas do Paraná se alinharam no plano ideológico. As esquerdas, enfim, se unem.
Na outra banda, representada por Osmar Dias e muito simpática a Geraldo Alckmin, está a tigrada que tradicionalmente perfila as teses neoliberais.
A campanha de hoje lembra outros embates do tipo. Aqueles da resistência do MDB durante a rebordosa. O enfrentamento de 1985, quando Requião disputou a Prefeitura de Curitiba e venceu. A de 1990, quando Requião chegou ao governo depois de dois turnos dramáticos.
Há quem pense que é melhor assim. A ideologização da campanha acaba com a geléia geral. As posições ficam nítidas e o debate moralista é substituído pelo confronto de interesses reais.
Aqui, nesta área de grandes resistentes ao progresso, ao próprio capitalismo, do qual se dizem intérpretes modernos, um eventual fracasso das forças de centro-esquerda será tomado como prova provada de que eles, os representantes das elites conservadoras nativas, estavam e estão certos.
Algo assim como se a alma de um e de todos ressurgisse das trevas para dizer: “Bom mesmo era o tempo em que o povo não votava”. O Paraná de hoje tem raízes fortes nas oligarquias que gostam do poder desde a época da Quinta Comarca, o que impede sua aproximação da contemporaneidade do mundo.
A nossa sorte é que temos a chance de operar transformações sem os traumas inevitáveis em outras épocas e em outras latitudes. Seria bom aproveitá-la, caso contrário, algum dia, o grande rolo não termina em pizza. Fábio Campana, no Estadinho
Triste foi a campanha que esse Stephanes Jr e mais um que se entitulam o novo PMDB apoiando Alckimin. Parece mesmo a velha ARENA talvez de seus pais não sei. Pena isso.