Cinco dias após minha viagem à Curitiba, onde visitei o governador do Estado, Roberto Requião (PMDB), e dei uma palestra sobre a crise internacional e o pré-sal no Sindicato dos Bancários, fui surpreendido pela mídia que publicou declarações que eu supostamente teria dado sobre o senador Osmar Dias (PDT-PR), afirmando que ele não era "confiável" e que estaria "a serviço do agronegócio".
Chama a atenção que depois de tanto tempo, surja uma nota – possivelmente a pedido dos tucanos – para me indispor com Osmar Dias e com os petistas que apóiam sua candidatura ao Palácio Iguaçu. Não deu outra: virou manchete e assunto da semana no Paraná. Inclusive deu origem a uma nota do líder do PT no Senado, em solidariedade ao senador do PDT. Essa mistura de intriga política e de precipitações de solidariedade me fez ligar para o senador – que se manteve tranquilo – e explicitar o que eu disse e em quais condições.
Primeiramente, não conversei e não dei entrevista sobre essa questão. Fiz referência à questão das alianças, respondendo a uma pergunta no debate e, repito, o que disse é de minha total responsabilidade. No Paraná, qualquer aliança passa pelo PMDB e pelo governador Roberto Requião – que, aliás, tem candidato, seu vice -, por uma discussão sobre programa de governo, sobre a candidatura de Dilma Rousseff, e sobre as consequências dessa aliança estadual em nível nacional.
Não me arrependo
Sobre o programa, fui claro: as discussões tem que levar em consideração o que fará o próximo governador, seja ele quem for, e verificar se seu programa vai incluir as políticas de Requião que apoiamos: as relações com o agronegócio e com os sem terra e a não privatização da COPEL e da SANEPAR, porque representa a reversão de uma política tucana e pefelista a que os petistas conhecem e se opuseram.
A desqualificação de minhas declarações, infelizmente, alcançou quatro objetivos: fazer intriga entre o PT e o senador; dividir o partido; ofuscar o sucesso da reunião por ele promovida nesse final de semana, em Foz de Iguaçu; e me indispor com ele e com as lideranças do PT que, de forma precipitada e sem me ouvir, tomaram como verdadeiras supostas declarações minhas, o que lamento. Eu poderia apenas ter dito que, nesse momento, o PT está discutindo uma candidatura própria, que seria a do ministro Paulo Bernardo – pelo que entendi, ele apóia a aliança com Osmar Dias – e que o importante era o programa. Mas não teria sido honesto comigo mesmo e nem com os presentes ao debate. Não me arrependo.
Por fim, lembro também que, qualquer que seja a decisão sobre candidatura e alianças no Paraná, ela será tomada pela militância, pelos delegados no encontro estadual, como sempre acontece no PT. A decisão deve ser construída com a militância, começando pelo programa e depois pelas alianças, sempre tendo em conta o cenário nacional.
do blog do Zé Dirceu – www.zedirceu.com.br
Ô seu Boca, dando furo em todo mundo é? kakaka
mas tudo bem, daqui a pouco já tá nos blogs do Fábio e do Zé Beto.