O grupo do senador Roberto Requião está em alerta. A executiva nacional do PMDB decidiu nesta terça-feira, por 17 votos a 6, dissolver o atual diretório estadual de Pernambuco, retirando o comando da legenda das mãos do deputado Jarbas Vasconcelos. O senador Fernando Bezerra Coelho foi escolhido o novo presidente da legenda no estado. Ele se filiou ao partido em setembro do ano passado. O grupo de desafetos de Requião espera que a direção nacional faça o mesmo no Paraná. Com informações de Débora Bergamasco n’O Globo.
A medida em Pernambuco tem motivação eleitoral. O grupo que dirige o PMDB no estado apoia a reeleição do atual governador, Paulo Câmara (PSB). A maioria da executiva nacional da sigla quer lançar candidato próprio para disputar o governo pernambucano. A ideia é indicar ao pleito o senador Bezerra Coelho.
O vice-governador de Pernambuco, Raul Henry, muito próximo a Vasconcelos, disse que seu grupo político irá levar a decisão ao pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). E reclamou:
— É um processo vergonhoso o que aconteceu hoje aqui, conduzido de maneira ilegal e indecente pelo presidente (do MDB) Romero Jucá. Não há nenhum fundamento para pedir a dissolução do PMDB de Pernambuco, que foi constituído democraticamente, legitimamente — declarou Raul Henry, que avisou que não deixará o PMDB.
O senador Jucá, presidente do partido, rebateu:
— Não houve ilegalidade. É choro de quem perdeu. Seguimos o regimento, tivemos uma ampla votação. A posição do Raul Henry era apoiar uma candidatura do (atual governador de Pernambuco Paulo) Câmara, do PSB. E a posição do diretório nacional é ter uma candidatura própria do senador Fernando Bezerra.
Jucá disse que o presidente Michel Temer apoia a decisão do diretório nacional. E finalizou:
— Entre uma candidatura do PSB e uma candidatura própria do PMDB, nós optamos por uma candidatura própria.
A intervenção no diretório estadual de Pernambuco foi anunciada em janeiro por Romero Jucá. Mas o caso foi parar na justiça e, por meio de decisão liminar, a turma de Jarbas Vasconcelos vinha conseguindo se manter na direção da agremiação regional. A decisão, contudo, foi derrubada monocraticamente pelo TSE.
Vasconcelos, que está no partido há 52 anos e é um dos seus fundadores, saiu da reunião realizada na presidência do PMDB, contrariado. Limitou-se a dizer:
— Vou fumar um cigarro.
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