As lavouras e a pecuária do Paraná tiveram, juntas, faturamento de R$ 69,6 bilhões ao longo de 2018. O montante corresponde a uma queda de 1,17% em relação ao ano anterior, quando a produção agropecuária do Estado chegou ao recorde de R$ 70,4 bilhões. Para 2019, as perspectivas são de retomada de crescimento, com avanço estimado de 2%. Os dados dizem respeito ao Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP), cujo relatório anual foi divulgado nesta quarta-feira (16), pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A retração registrada no Paraná foi menor do que a queda do VBP ocorrida no país, que chegou a 2,15%. Além disso, o Estado conseguiu ampliar sensivelmente sua participação no total arrecadado pela agropecuária no Brasil. Em 2018, o que a produção paranaense faturou correspondeu a 12,2% dos R$ 569,8 bilhões movimentados no país. Em 2017, o índice ficou 12,1%.
Lavouras
As lavouras do Estado fecharam o ano passado com um faturamento de R$ 41,6 bilhões – queda de 1,64% em relação a 2017. Na contramão do recuo, a soja foi o grande destaque positivo, com aumento de 9,15% na arrecadação. Segundo maior produtor do grão no país, a produção do Paraná chegou a R$ 23,9 bilhões: um recorde histórico no Estado.
“Isso se explica, fundamentalmente, pela alta nos preços da soja que, em 2018, foram 19,8% maiores do que os recebidos pelo produtor em 2017”, diz o economista Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico Econômico do Sistema FAEP/SENAR-PR. “Neste período, a produção recuou 2,1%. Ou seja, o aumento no preço mais do que compensou essa queda”, observa.
O milho, por sua vez, teve faturamento 18,93% em 2018, no Paraná, ficando na casa dos R$ 5,8 bilhões. Neste caso, o recuou foi puxado pela quebra significativa da safra, que implicou em perdas de um terço da produção. “Apesar de os preços terem sido 35% maiores, a produção foi 33,5% menor. Então, os preços não foram suficientes para compensar a queda”, analisa Ferreira.
A cana-de-açúcar foi outro setor em que houve recuo expressivo no faturamento no Estado. Houve queda tanto nos preços da tonelada (-2,5%) quanto do ATR (-3,1%). Ao mesmo tempo, houve uma desaceleração generalizada na produção de cana agrícola (-4,9%) e na indústria (açúcar: -8,6%; etanol total: -8,1%).
“A produtividade vem recuando ao longo das três últimas safras, em um acumulado em torno de 20%. Isso pode indicar que os canaviais estão em fase de renovação”, aponta o economista do Sistema FAEP/SENAR-PR.
Pecuária
A pecuária, por sua vez, apresentou seu segundo recuo sucessivo. A atividade fechou 2018 com queda 0,46%, com faturamento de R$ 27,9 bilhões. A queda, no entanto, ocorreu em índice bem menor do que a média nacional, que apresentou retração de 3,11%.
O aspecto positivo ficou por conta do segmento de bovinos. Após ter sofrido uma leve queda em 2017, o setor fechou 2018 com faturamento 9,58% maior, chegando perto da casa dos R$ 3,4 bilhões. “Esse desempenho se deve ao preço pago ao produtor pela arroba, que aumentou 3,6%, e ao aumento do número de abates”, diz Ferreira. Nos três primeiros trimestres de 2018, o volume de abate foi 14,4% maior em relação ao mesmo período do ano anterior.
No setor de suínos, o recuo foi de 12,5% no faturamento. A queda foi puxada pelo preço pago ao produtor que, em 2018, foi 9,1% menor em relação ao de 2017. “No mesmo período, os abates ficaram estáveis”, destaca o economista
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