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Agronegócio: Faturamento das cooperativas será superior a R$ 40 bi

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O cooperativismo paranaense ignora o ritmo lento da economia brasileira e caminha para encerrar o ano com faturamento acima de R$ 40 bilhões, um novo recorde para o setor. A Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) projeta salto de 12% em relação à receita de 2012, o que representa avanço de R$ 38,5 para R$ 43 bilhões. O incremento, segundo o caderno Agronegócio da Gazeta do Povo, supera o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acumulado até setembro, que é de 2,4%. Além dos bons preços das commodities, a expansão é lastreada por investimentos bilionários feitos pelo setor, que ampliaram a capacidade de recebimento e processamento da produção.

As 240 cooperativas do estado atuam em dez ramos distintos (agropecuário, crédito, consumo, habitacional, educacional, infraestrutura, saúde, trabalho, transporte, turismo e lazer), mas a maior contribuição vem do campo. O setor tem participação de 56% no Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário do estado e gera 1,6 milhão de empregos, aponta a Ocepar. Somente a Coamo, de Campo Mourão, deve faturar mais de R$ 8 bilhões. O valor é R$ 1,5 bi superior ao orçamento da prefeitura de Curitiba em 2013 (R$6,5 bilhões).

Investimentos em infraestrutura e agroindústria ajudam a sustentar o crescimento do setor. Desde 2002 o setor reaplicou entre 3% e 5% da renda anual – nos últimos sete anos os aportes superam R$1 bilhão a cada ano. José Pio Martins, economista e reitor da Universidade Positivo, avalia que a situação não poderia ser diferente. Ele destaca que se os investimentos não fossem feitos, o crescimento da produção obrigaria as cooperativas a processar parte da produção em outros estados. “A maioria das cooperativas já avançou para o setor secundário e terciário. Isso ajuda a reduzir a dependência em um ano de safra ruim, por exemplo”, aponta.

Nesse contexto a Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), de Cafelândia, no Oeste do estado, planeja investir R$ 300 milhões nos próximos dois anos. Conforme o presidente da instituição, Valter Pitol, metade desse recurso será alocado com foco nos cooperados, em estruturas de recebimento da produção. A outra metade será destinada as cadeias integradas de aves, suínos, peixes e gado leiteiro. “Os investimentos agregam valor a produção, ampliam a competitividade e trazem a oportunidade dos produtores participarem mais das atividades da cooperativa”, aponta.

Balanço

O resultado do setor em 2013 será avaliado hoje, durante o encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses. Cerca de 2 mil pessoas são esperadas no evento, entre técnicos, associados e convidados. Durante o evento serão apresentados indicadores do desempenho das cooperativas, além de prognósticos para o próximo ano.

Faturamento recorde favorece associados

O bom desempenho das cooperativas em 2013 também garante renda extra aos associados de cada entidade. Um dos exemplos é a Coamo, de Campo Mourão, que pretende repassar R$ 69 milhões em “sobras” aos 26 mil associados nas unidades espalhadas pelo Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. O recurso representa o repasse de uma parcela do faturamento obtido pela cooperativa no ano. Houve alta de 23% em relação aos repasses do ano passado, que foram de R$56 milhões.