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Agricultura urbana orgânica: é uma boa ideia?

São Paulo 24/7/2020 – Tendo em vista que as pessoas têm dificuldade de manter os alimentos intactos, surge a necessidade de formas de processamento que aumentem a vida útil

A agricultura urbana orgânica têm se mostrado a melhor alternativa para o abastecimento de alimentos para as cidades.

Agricultura urbana é a agricultura praticada dentro ou ao redor de uma área urbana. A agricultura urbana orgânica, por sua vez, é aquela praticada nessa mesma região, mas com o benefício de não utilizar agrotóxicos, antibióticos, drogas veterinárias, Organismos Geneticamente Modificados (OGM) ou transgênicos em sua produção.

A agricultura urbana orgânica têm se mostrado a melhor alternativa para o abastecimento de alimentos para as cidades, principalmente por diminuir a distância entre a produção do alimento e o consumidor final. Mas também por ser uma alternativa mais saudável em relação aos produtos da agricultura convencional.

Impactos do modelo urbano X rural
Essa forma de desenvolvimento que separa o local de produção de alimentos do local de consumo (urbano X rural) possui uma série de desvantagens:
https://www.sitiopema.com.br/agricultura-urbana-organica/

Desperdício e encarecimento do produto final
No percurso do alimento in natura até a prateleira do supermercado, e de lá para as casas das pessoas, são gastos combustível, mão de obra e espaço para alocação.

Por conta de incidentes no transporte e/ou pelo tempo de maturação no armazenamento, uma parte dos produtos acaba estragando e sendo inviabilizada para o consumo. Isso gera desperdício de alimentos e faz com que aumente a demanda por fertilizantes, agrotóxicos e combustíveis utilizados na produção, transporte e na colheita de novas produções para substituir aquela que foi desperdiçada em perdas. Tudo isso, em conjunto, aumenta o preço final dos alimentos.

Aumento da poluição e impacto ambiental
Com a necessidade de aumentar a produção para substituir as perdas, aumenta a poluição oriunda da queima de combustíveis utilizados na colheita, em maquinarias de processamento e no transporte; a poluição de solos, ar e lençóis freáticos pelos agrotóxicos e fertilizantes despejados e o desmatamento. No caso de quem consome carne, os impactos gerados são maiores ainda.

Aumento da necessidade de processamento
Tendo em vista que as pessoas têm dificuldade de manter os alimentos intactos, surge a necessidade de formas de processamento que aumentem a vida útil desses produtos durante o transporte e armazenamento.
https://www.sitiopema.com.br/agricultura-urbana/

Prejuízos à saúde
Na agricultura e pecuária convencionais dificilmente é empregada a técnica de produção orgânica – os métodos utilizados são baseados no uso de produtos agrotóxicos, principalmente pesticidas com base em organoclorados, que são prejudiciais para a saúde humana e ambiental. Quem consome carne e outros produtos derivados de animais, como o leite e o queijo, acaba ingerindo mais agrotóxicos que veganos por conta do efeito de bioacumulação no tecido gorduroso dos animais, além de ingerir hormônios e antibióticos.

Benefícios da agricultura urbana orgânica
A agricultura urbana, por outro lado, é uma prática complementar às atividades agrícolas desenvolvidas no meio rural, com o diferencial de estar integrada aos sistemas econômicos e ecológicos urbanos. Ela é praticada no Brasil inteiro, principalmente por pessoas que têm a atividade agrícola como base para a subsistência.

A agricultura urbana tem como característica principal a aproximação do local de consumo do local de produção e, quando praticada de modo orgânico, proporciona uma série de benefícios:

Reduz o desperdício
Ao aproximar consumidores da fonte de alimentos, a agricultura na área urbana possibilita redução no desperdício causado pelo transporte e armazenamento.

Para quem tem uma horta próxima, por exemplo, é possível colher os alimentos praticamente na hora do preparo, o que evita transporte em longas distâncias e armazenagem, permitindo comer um alimento fresco e com zero desperdício, pois até as cascas podem retornar para a horta e serem utilizadas como composto.

Evitando a necessidade de armazenamento antes do consumo, é possível ingerir produtos fresco e que passaram pelo processo completo de maturação.

Melhora o aproveitamento de nutrientes e sabor
Tendo controle sobre a forma de produção, você evita a aplicação de organoclorados e outros agrotóxicos ao optar por uma agricultura orgânica, mais saudável e barata.

A forma de agricultura orgânica que respeita o tempo natural de maturação dos alimentos dá origem a produtos com maiores níveis nutricionais e mais saborosos.

Reduz o consumo de industrializados
Quem não prefere preparar um chá gelado de limão e hortelã fresco direto da horta no lugar de consumir aquele de caixinha que já vem pronto, mas pode conter conservantes, agrotóxicos, corantes, é mais cara e ainda gera descarte no final (a caixinha)? Com alimentos frescos à disposição, é provável que estes sejam preferidos em detrimento dos industrializados, principalmente para pessoas mais pobres.

Quem produz pode escolher captar água da chuva
Na agricultura convencional, é difícil para qualquer pessoa — na posição de consumidor — escolher como se darão as formas de produção. Mas, em uma horta dentro ou mais próxima de casa, o poder de decidir sobre as formas de produção é maior. Para quem mora na cidade é possível decidir, por exemplo, captar água da chuva para regar sua horta urbana.

Todo mundo pode praticar
É comum achar que só é possível começar a cultivar alimentos em espaços enormes e com grande disponibilidade de solo. Mas pensar assim é um equívoco. Até quem mora em apartamento pode começar os seus cultivos na janela de casa.

Incentivar a agricultura urbana é contribuir para a sustentabilidade socioambiental.

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